tag:blogger.com,1999:blog-171633192024-03-29T03:40:27.337-03:00BLOG DO ORLANDO TAMBOSIPolítica, filosofia e ciência em revista.Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.comBlogger36632125tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-61180463015422720752024-03-28T23:10:00.002-03:002024-03-28T23:10:23.939-03:00Portugal (II): reformismo em perigo.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLOYp-zXKxBMBIqiJUbO9Cmx424A5NB9uFZGWls6a4eI5ZfXvQFft6h4wt_05VCjVC5F7oC0-UlGrUM9aCuQ4XgOprSQRD2f1DU5PkvDLCHQ38evBV2_qefjnfU25ChHcpFFCQzsbm5Plu8SzStMpnOV6nxMiNqe5enQDhfAnM4s0hXj18xw3bnQ/s180/colunista_rramos_467.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="180" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLOYp-zXKxBMBIqiJUbO9Cmx424A5NB9uFZGWls6a4eI5ZfXvQFft6h4wt_05VCjVC5F7oC0-UlGrUM9aCuQ4XgOprSQRD2f1DU5PkvDLCHQ38evBV2_qefjnfU25ChHcpFFCQzsbm5Plu8SzStMpnOV6nxMiNqe5enQDhfAnM4s0hXj18xw3bnQ/s1600/colunista_rramos_467.webp" width="180" /></a></div><br />PSD até terá pretensões reformistas. Mas o PS não existe para facilitar reformas. Não é provável, portanto, que um governo dependente da benevolência socialista fique na história do reformismo. Rui Ramos para o <a href="https://observador.pt/opiniao/o-psd-escolheu-um-caminho-duvidoso/">Observador:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Durante algum tempo, pareceu que não ia acontecer por cá. Por todo Ocidente, as crises da globalização fizeram crescer as esquerdas radicais e as direitas nacionalistas. Em poucos anos, surgiram partidos novos, e velhos partidos mudaram de orientação. Em Portugal, no entanto, o parlamento continuou a abrir o mesmo leque partidário da Assembleia Constituinte de 1975, como um imperturbável museu de história política. Em 2019, porém, o sistema abriu brechas. A 10 de Março, veio abaixo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A dúvida sobre se a história ia passar por aqui teve a ver com o PS. A certa altura, os socialistas deram a impressão de ter encontrado a fórmula, numa sociedade envelhecida e debilitada, para blindar o sistema contra renovações: capturar o Estado e clientelizar os seus dependentes, usando o apoio do BCE e os fundos europeus. A comunicação social contribuiu, cancelando quem não cantava no coro. Mas nem assim o sistema aguentou. Não podia. Os abalos eram demasiado grandes. Com muitas ou poucas queixas, os portugueses viviam por volta de 1995 num país que era deles, mais ou menos funcional, e que esperavam se tornasse melhor, numa Europa aparentemente destinada à paz e à estabilidade. Tudo isso acabou, com o mais longo período de divergência económica em relação à Europa ocidental desde a II Guerra Mundial, as migrações descontroladas, o wokismo oficializado, e o retorno à Europa da inflação e dos conflitos entre grandes potências. Neste contexto de declínio e de incerteza, os abusos e a incapacidade da oligarquia tornaram-se insuportáveis. Foi isto, e não qualquer excerto de prosa judicial, que derrubou António Costa. E foi isto, e não qualquer birra passageira do eleitorado, que avassalou o sistema partidário.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">É possível, porém, que o sistema tente resistir, com um novo protagonista. Após o 10 de Março, Luís Montenegro tinha, em teoria, dois caminhos. Um deles era tentar organizar a maior maioria de direita de sempre, de modo a viabilizar um governo de ruptura com as políticas dos últimos anos. Tratava-se de reunir a direita para fazer reformas, como António Costa reuniu a esquerda em 2015 para resistir às reformas. O outro caminho era propor-se como o novo porteiro do sistema, e esperar que uma governação concentrada na satisfação dos dependentes do Estado e na distribuição do PRR lhe traga os votos de que até agora beneficiaram os socialistas. As “linhas vermelhas” já tinham revelado inclinação pelo segundo caminho. O acordo com o PS para a partilha da presidência da Assembleia da República confirmou a opção.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A Luís Montenegro, no entanto, este caminho deveria merecer alguma reflexão. O PSD até pode, caso se mantenha no governo, saciar a obsessão de “reconciliar-se” com os pensionistas. Mas entretanto, já Pedro Nuno Santos provou que “só o PS resolve”, sempre no lugar do patrão, e André Ventura ficou livre de responsabilidades, como oposição ao bloco PSD-PS. Quando a nossa estratégia também serve aos nossos adversários, devemos duvidar. Resta saber se serve ao país. Talvez Luís Montenegro tenha pretensões reformistas. Mas o PS não existe para facilitar liberalizações (chamemos as reformas pelo seu verdadeiro nome). Não é provável, portanto, que um governo dependente da benevolência socialista fique na história do reformismo. Mas sem reformas, só por grande acaso é que a economia voltará a convergir, a saúde e a educação estarão garantidas, e a sociedade recuperará confiança. O que significa que a turbulência e a transformação do sistema partidário não está para acabar. De facto, ainda só agora começou.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-90878053097217679932024-03-28T23:06:00.003-03:002024-03-28T23:11:02.920-03:00Portugal (I): atração fatal.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqTMiG3MmRYXAzOI1uh_UbF62aLEZYL0FJU-sUS6eJ9dE7WiXdNddh2jcmh1qlJTsyq4PJGB_5Dpox_cgOW1YigU8bw1TMFmlgfM8EivBIZMRGa8-z-ZXcXgTIwTpqvzn6ANVkZtEceRpyJKLyffJYvjMgs9ufCR95vStgcsgJ3MSCorjCE_nvKA/s180/joacc83o-pedro-marques-foto-4_467x467_acf_cropped.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="180" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqTMiG3MmRYXAzOI1uh_UbF62aLEZYL0FJU-sUS6eJ9dE7WiXdNddh2jcmh1qlJTsyq4PJGB_5Dpox_cgOW1YigU8bw1TMFmlgfM8EivBIZMRGa8-z-ZXcXgTIwTpqvzn6ANVkZtEceRpyJKLyffJYvjMgs9ufCR95vStgcsgJ3MSCorjCE_nvKA/s1600/joacc83o-pedro-marques-foto-4_467x467_acf_cropped.webp" width="180" /></a></div><br />Casar com o Chega, ir atrás dos cantos de sereia de André Ventura, ou ceder, por receio, às suas ameaças, seria, para os eleitores e simpatizantes do PSD, ceder a uma atração fatal. João Pedro Marques para o <a href="https://observador.pt/opiniao/atraccao-fatal/">Observador:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Circula entre certos sectores da direita uma tese segundo a qual Luís Montenegro teria cometido, relativamente ao Chega, dois grandes erros sucessivos. O primeiro deles seria ter assumido publicamente, perante todo o país, o compromisso de não fazer acordos de governo com o partido de André Ventura. O segundo suposto erro seria, para os mais cínicos, ter persistido nesse rumo e, face aos resultados de 10 de Março, não ter voltado com a sua palavra atrás, alegando que desse modo se colocaria <a href="https://observador.pt/2024/03/19/militantes-do-psd-exigem-que-montenegro-faca-acordo-com-ventura/?fbclid=IwAR2hOZ9tYKdB49wzWGaUHHUDh_ba8imxu-W6hFjGNutpCTkMlW_HsThzEHw_aem_AX8QL-n8QeHvkNQxHa9RZ5O-fE-rkM2aZV1lavWUj6PLccuz5Zl4ZWerAL9BHSCNazLwhirlCMXKsMx7AYIB4KPf">Portugal em primeiro lugar</a> ou outros motivos de força maior.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ora, quem assim pensa não está a ver bem por várias razões de que destaco duas: um líder partidário que desse o dito por não dito e que quebrasse uma promessa solene feita durante a campanha eleitoral, perderia de imediato a sua credibilidade e respeitabilidade como pessoa e como governante. Não estaria em condições de liderar o seu partido nem o país. É claro que, com o famoso “não é não”, Luís Montenegro prometeu que não faria acordos de governo com o Chega, o que não impede que, no parlamento, fale com esse partido (e com os demais) com vista a conseguir entendimentos pontuais sobre medidas governativas ou questões parlamentares. E é também claro que, nesses casos, e perante a mais do que certa gritaria escandalizada da oposição de esquerda, que se agarrará a cada um deles para tentar incutir na opinião pública a falsa ideia de que Montenegro estaria a quebrar a sua promessa, o PSD deve ser rápido a reagir e vir a público relembrar que ao rejeitar acordos de governo com o Chega, Montenegro acrescentou que, no parlamento, falaria com todos — repito: com todos — os partidos. Esse constante refrescamento da memória dos eleitores será imprescindível para impedir que falsas ideias e narrativas manhosas se instalem nas convicções das pessoas. Dito isto, o “não é não” relativo a um acordo de governo deve ser rigorosamente respeitado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">E é imperioso que o seja não apenas por razões éticas e por respeito à palavra dada, mas porque não o respeitar seria politicamente suicida. Quem defende que o PSD deveria fazer um acordo global com o Chega não está a ter em conta as características e o modo de actuação do partido de André Ventura e do seu líder. Ventura é um actor político no sentido literal da expressão. Muito hábil nas artes histriónicas, faz da vitimização e do estardalhaço os seus principais trunfos. Actores como ele precisam de drama, de holofotes, de microfones, de constante tumulto e perpétua reclamação. Numa palavra, precisam de atenção, mediática ou outra. E de aplauso, claro. Um acordo de governo com um líder político com este perfil comportamental sujeitaria o governo a constantes sacões e solavancos, colocá-lo-ia quotidianamente à beira do rompimento e com lugar cativo, pelas piores razões, nas primeiras páginas dos jornais e na abertura dos telejornais. A solução para escapar à tenaz e à pressão de um líder político como Ventura é dar-lhe o mínimo de palco que for possível (algo que, paradoxalmente, eu aqui e agora não estou a fazer, mas será uma vez sem exemplo).</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Se André Ventura fosse admitido a bordo e fizesse parte da viagem, a barca da governação enfrentaria quotidianamente mares encapelados porque o líder do Chega tem necessidade de agitar para aparecer. Ao contrário do que, na direita, supõem os ingénuos e os sôfregos pelo poder pleno e imediato, não é viável construir uma maioria sólida de braço dado com André Ventura, pois ela esfrangalhar-se-ia constantemente e com estrépito. O desempenho de Ventura e do seu partido no pós-10 de Março, alternando lágrimas e suspiros com ameaças, estridências e exigências, e culminando no triste espectáculo da eleição do presidente da Assembleia da República, durante o qual, e a pretexto de umas declarações de Nuno Melo, do CDS, Ventura se sentiu “desobrigado” — foi a palavra que usou — de cumprir o que previamente combinara com o PSD, é disso o mais recente exemplo e veio confirmar, se necessário fosse, que o “não é não” de Montenegro foi não um erro, mas um muito previdente e adequado aviso à navegação. Não apenas pelas diferenças que existem entre as direcções do PSD e do Chega — diferentes visões do mundo, do que são boas políticas, das pessoas e dos seus direitos, etc. — , mas também, e sobretudo, porque não é possível, ou melhor, não é politicamente aconselhável, estabelecer acordos com personagens assim, pessoas que estão frequentemente a <a href="https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/chega-sente-se-humilhado-pelo-psd-mas-ainda-n%C3%A3o-desistiu-de-entendimentos-%C3%A0-direita-a-partir-de-agora-vai-ser-um-jogo-de-dissimula%C3%A7%C3%A3o/ar-BB1kG8LL?ocid=msedgdhp&pc=ENTPSP&cvid=a50c51423295494e934ad8421971aa0e&ei=31">dizer que se sentem humilhadas</a> ou espezinhadas por não terem a deferência e a atenção a que se julgam com direito.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Seria muito interessante explorar o significado psicológico destes sentimentos de humilhação, mas não quero entrar por aí. O que quero é sublinhar que, a atentar no que se passou na abertura dos trabalhos parlamentares, Montenegro parece ter compreendido definitivamente a natureza do Chega e a personalidade do seu chefe, e o que, no fundo, está em causa, e em vez de acudir aos choros e rogos de Ventura, e aos seus convites e sugestões, ignorou-os e preferiu entender-se com Pedro Nuno Santos para se levar a bom porto a eleição do Presidente da Assembleia da República. Fez bem. Parabéns, por isso, ao PSD e ao PS, ou seja, à direita e à esquerda moderadas, que resolveram rapidamente o bloqueio causado pelo comportamento histriónico de André Ventura. Eu estou convencido de que se o Bloco de Esquerda tivesse 50 deputados teríamos um problema análogo, mas como felizmente não tem, o título de agitador e bloqueador máximo vai, sem contestação, para o líder do Chega. É bom, para a sanidade mental de todos nós, que na medida do possível o ignoremos e que o deixemos a falar sozinho — coisa que Ferro Rodrigues e Augusto Santos Silva não fizeram, o que foi um erro de pesadas consequências.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Essas consequências estão, agora, à vista de todos, numa representação parlamentar que em poucos anos, se multiplicou por 50, e na conduta nem sempre edificante e raramente construtiva desse grupo de deputados. Consequências que podem agravar-se se, ao contrário de Luís Montenegro e dos actuais dirigentes do PSD, os eleitores de direita não perceberem o que têm à sua frente. Na primeira declaração pública que fez assim que começaram a sair as previsões dos resultados eleitorais, André Ventura proclamou o fim do bipartidarismo e elevou o Chega a terceiro bloco do nosso quadro político-partidário pós-25 de Abril. Por infelicidade, que já abordei <a href="https://observador.pt/opiniao/o-talentoso-senhor-tavares/?fbclid=IwAR1tbO9ieYCDb1ZKBb3HTgLCwJfRM-Nl9lDc9qqfOw1-gmbL5CJQBp2OX0A_aem_AX_MR2zs_HDdG9HPftfMRr47MN7f4vv6spOfDiDh42G9CO6FVwQo74grydq_JJEGoow267xADpO3vBpAeZ8zU4KY">noutro artigo</a>, essa visão do terceiro bloco foi perfilhada por muita gente à esquerda — Rui Tavares, por exemplo — e à direita, o que de certa forma lhe deu corpo e estatuto, e deve ter deixado André Ventura feliz e orgulhoso. Infelizmente o seu bloco, a existir e a não se esboroar nos anos vindouros, não é um terceiro pilar capaz de sustentar o tecto do nosso edifício democrático, é um cancro que está a corroê-lo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Percebo que haja em muitos eleitores de direita uma pressa, uma ânsia, de remover inteiramente o PS das áreas de influência e de poder. Para essas pessoas, e tendo em vista esse objectivo, é muito tentador poder juntar os trapinhos com o Chega, cantar vitórias robustas e bronzear o corpo ao sol de uma sólida maioria parlamentar. Mas seria bom que essas pessoas percebessem que estão a deixar-se ir numa ilusão. O PS é um adversário político que se combate, mais ou menos eficazmente, com as armas e argumentos que temos ao nosso dispor, e dentro das regras da convivência, da urbanidade e do antagonismo democrático. O Chega é um inimigo disfarçado de potencial aliado, um falso aliado, que não respeita essas regras do jogo político, que tão depressa seduz como insulta, e cujo objectivo último é assumir o lugar e o papel do PSD e subverter o regime. Casar com o Chega, ir atrás dos cantos de sereia de André Ventura, ou ceder, por receio, às suas ameaças, seria, para os eleitores e simpatizantes do PSD, ceder a uma atracção fatal.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por todas estas razões e por outras que eventualmente me escapem, Luís Montenegro deve manter-se absolutamente fiel ao seu “não é não”. Longe de ser um erro, é uma salvaguarda.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-4489077098434498442024-03-28T19:24:00.002-03:002024-03-28T19:24:34.012-03:00Aristóteles e a economia: valor de uso versus valor de troca.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS5Y-CloAWmmTx9BMdeAuxZzDRu2qOuFgMChIdfUAHhecdSLEBYSag5GBjeMfJlQmjdzlyMl6hjkYNJ8dgeke_9IVj4F3cTHXWU48CEV_Fgprt8505Ks8j-DlaTDJfVKJw60mfhyHNwm5whK-5ZE2tH2VQxBaEyEr6-tyLe2AWXderBvVrDwICNw/s1200/photo_5773020436710404891_y-1.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="631" data-original-width="1200" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS5Y-CloAWmmTx9BMdeAuxZzDRu2qOuFgMChIdfUAHhecdSLEBYSag5GBjeMfJlQmjdzlyMl6hjkYNJ8dgeke_9IVj4F3cTHXWU48CEV_Fgprt8505Ks8j-DlaTDJfVKJw60mfhyHNwm5whK-5ZE2tH2VQxBaEyEr6-tyLe2AWXderBvVrDwICNw/w640-h336/photo_5773020436710404891_y-1.webp" width="640" /></a></div><br />La riqueza consiste primariamente en las cosas que uso: esa y no otra es mi riqueza. Aida Míguez Barciela para <a href="https://theobjective.com/economia/2024-03-27/aristoteles-economia-valor-uso-cambio/">The Objective:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Partamos de que una cosa es justamente la cosa que es. Mi chaqueta negra, por ejemplo. Es valiosa por sus cualidades específicas: su color, su tacto, su abrigo. Las cosas tienen valor en razón de sus cualidades distintivas. La chaqueta no vale lo mismo que el billete de diez euros que me sirvió para comprarla. El billete de diez euros ni me abrigaría ni me serviría en realidad para otra cosa que no fuese comprar algo que pueda usar en mi vida cotidiana. Si las cosas tienen valor de uso, el dinero tiene solo valor de cambio.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Economía ‘incrustada’</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En una <a href="https://theobjective.com/">situación</a> en la que no existe el dinero en su definición estricta –y esta era la situación de la Grecia arcaica y clásica–, las cosas son valiosas porque se utilizan para un fin determinado: el cuchillo para cortar, la silla para sentarse, el vaso para beber, etcétera.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">De hecho, una de las palabras griegas que puede traducirse por «cosas» es khrémata, substantivo correspondiente al verbo khráomai, que significa «usar», «servirse de». La riqueza consiste primariamente en las cosas que uso: esa y no otra es mi riqueza.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En la misma situación es posible que yo intercambie algún tipo de cosa con otra persona. Para sorpresa de un contemporáneo, ese intercambio no se produce mediante la compra y la venta, ni busca aprovecharse «económicamente», sino establecer o reforzar vínculos entre personas o grupos de personas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Se trata de la llamada <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Econom%C3%ADa_del_don">economía del don</a>: las cosas intercambiadas como regalos importan por su capacidad de enlazar a las personas. Quien recibe un don queda endeudado con el donante, lo que se traduce en una obligación de reciprocidad, lealtad y contraprestación. El intercambio expresa estatus: tanto más importante soy cuanto más puedo dar y más relaciones de obligación conmigo soy capaz de crear. Es una economía de prestigio: los dones expresan el prestigio personal del donante.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por otra parte, las cosas que circulan como regalos tienen valor en función de variables –para nosotros– subjetivas. Es la noción de <a href="http://dge.cchs.csic.es/xdge/%E1%BC%84%CE%B3%CE%B1%CE%BB%CE%BC%CE%B1">ágalma</a>, que reúne tanto la belleza de una cosa como el deleite que suscita. Vale y deleita más un vestido tejido por las manos de Helena de Troya que otro –aunque fuera idéntico– tejido por una sirvienta cualquiera. Cuanta más biografía tiene una cosa tanto más valiosa resulta pues tanto más individualizada está.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El intercambio reflejado en los poemas homéricos es de esta clase: se posee riqueza susceptible de ser usada (tierra cultivable, ganado, caballos, textiles, calderos y otros enseres) y distribuida en contextos determinados (bodas, juegos atléticos, hospitalidad). La economía de prestigio se encuentra <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Karl_Polanyi#Comercio_y_mercado_en_los_imperios_antiguos_y_El_sustento_del_hombre">incrustada en el contexto ético, político y social</a>.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Supongamos ahora que, de entre las muchas cosas que hay en el mundo, se selecciona una para facilitar el intercambio, por ejemplo la plata. En este proceso, las cosas empiezan a adquirir, además de valor de uso, valor de cambio. Alguien ha sido el dueño de la chaqueta que llevo puesta no porque quisiera usarla, sino porque quería venderla a cambio de una cantidad de dinero. Este segundo valor es puramente cuantitativo. El valor de cambio constituye una postergación de las cualidades por las que una cosa es efectivamente la cosa que es.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En su <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_(Arist%C3%B3teles)">Política</a>, Aristóteles analiza la diferencia entre valor de uso y valor de cambio. Un zapato tiene valor de uso porque me sirve para caminar con seguridad. Es el uso propio del zapato. Ahora bien, ese mismo zapato podría venderlo a cambio de cierta cantidad de plata, con la que podría adquirir algo que necesito en estos momentos, por ejemplo, un bolígrafo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Aristóteles sostiene que he hecho un uso impropio del zapato, pues no está en la naturaleza misma del zapato ser objeto de cambio sino de uso. He pervertido el ser del zapato al venderlo en lugar de usarlo. No obstante, esta operación (zapato-moneda-bolígrafo) es para Aristóteles excusable en la medida en que redunda en mi adquisición del bolígrafo que necesitaba para escribir.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Pero el mal –por así decirlo– ya está hecho. Nada impide que alguien utilice plata para comprar bolígrafos y venderlos a un precio mayor del original. Aristóteles critica que, partiendo de la cantidad C, se obtenga un incremento de C mediante la venta de alguna cosa, por ejemplo Y, pues en este nuevo circuito (C-Y-C’) el final no es nada con valor de uso sino una cantidad que, por definición, tiene solo valor de cambio.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En esta misma línea, la mayor perversión que detecta Aristóteles consiste en el incremento de la cantidad de moneda a consecuencia no de la venta de algún bien, sino del préstamo de moneda. Un prestamista obtiene una cantidad mayor de plata a partir de una cantidad original simplemente porque la ha prestado con interés. ¿Qué hay de censurable, según Aristóteles, en el comportamiento del prestamista?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Economía ‘desincrustada’</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Si en una economía incrustada los intercambios buscan establecer vínculos de dependencia, los intercambios monetarios expresan la independencia recíproca de los transactores. Si lo primero es personal, lo segundo es impersonal. No conozco a la persona que me ha vendido la chaqueta y tampoco quiero conocerla.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Esta impersonalidad y este desinterés es un motivo de preocupación para Aristóteles, quien todavía piensa desde dentro de la comunidad pólis, no desde una sociedad anónima <a href="https://www.academia.edu/116288687/Pol%C3%ADtica_1252a_1253a_algunos_escollos_en_la_lectura_de_Arist%C3%B3teles">hecha de individuos independientes los unos de los otros</a><a href="https://www.academia.edu/116288687/Pol%C3%ADtica_1252a_1253a_algunos_escollos_en_la_lectura_de_Arist%C3%B3teles">.</a> Pero hay otras razones.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La selección de una cosa para funcionar como mediadora en los intercambios genera una esfera novedosa –convencional y artificiosa– en la que el valor es puramente cuantitativo y, por lo tanto, uniforme. Si hay una equivalencia (symmetría) entre zapatos y bolígrafos es porque, a cierto nivel, los zapatos y los bolígrafos son iguales: son traducibles a cierta sustancia homogénea sin diferencias cualitativas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La ontología griega antigua impide aceptar una dimensión no física de igualación y abolición de las diferencias entre las cosas. Aristóteles piensa desde el ser cualitativo y diferencial: todavía asume que la realidad del zapato consiste en usarlo en virtud de sus propiedades físicas, las que me permiten caminar seguro.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por último, el comerciante que busca incrementar su cantidad de plata, ¿qué quiere exactamente? ¿No le ocurrirá lo que al <a href="https://es.wikipedia.org/wiki/Midas">rey Midas</a> quien, en su afán de adquirir oro, perdió todo lo valioso que tenía alrededor? No podía abrazar a su hija, no podía comerse el pescado, ya que oro se hacía lo que tocaba.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Algo así de simple a nuestros ojos esgrime Aristóteles contra el comportamiento económico. El fin de la vida humana es la vida plena, la vida feliz. Quien hace del dinero, que es medio, un fin, equivoca el fin. Y dado que el incremento cuantitativo es potencialmente ilimitado, su búsqueda será fútil y su infelicidad crónica, pues felicidad es consumación final: tener ya bastante y no necesitar más.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Lo que repugna a Aristóteles del comerciante y prestamista es, en definitiva, que la idea misma de fin haya llegado a su fin.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;"><a href="https://theconversation.com/profiles/aida-miguez-barciela-1390150">Aida Míguez Barciela</a>, Profesora de Filosofía, <a href="https://theconversation.com/institutions/universidad-de-zaragoza-3698">Universidad de Zaragoza</a></span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-30277413859342108712024-03-28T19:10:00.003-03:002024-03-28T19:10:40.042-03:00No alvo, Sponholz!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8bpVGTnEaaPSKmnqo0zwmFKA2WZDZSSlzKa_tu1rNt_SJKnLcS3eYDaZm64nNJOTWcnIjr0UAat_cfeRx-jtHCjM5cxeZrUSowPopGO_uUiSj0Iehdg12HRDxACiQWEYHHoPLN53u4I7MJiAIvEXPIZESCYRLrIqfdV2nRC61QJPisVUcNmnV0g/s1155/GJyQEk3WcAALm0m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="639" data-original-width="1155" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8bpVGTnEaaPSKmnqo0zwmFKA2WZDZSSlzKa_tu1rNt_SJKnLcS3eYDaZm64nNJOTWcnIjr0UAat_cfeRx-jtHCjM5cxeZrUSowPopGO_uUiSj0Iehdg12HRDxACiQWEYHHoPLN53u4I7MJiAIvEXPIZESCYRLrIqfdV2nRC61QJPisVUcNmnV0g/w400-h221/GJyQEk3WcAALm0m.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-24922803260078258022024-03-28T19:00:00.004-03:002024-03-28T19:00:42.975-03:00Daniel Kahneman, o homem que revolucionou a percepção da racionalidade humana.<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-mQy3lf_kzOG4hyphenhyphenjB36TfieyGStOUfLa9X580BrFmEXcXbTfYgCj4Mo3dyJDWIahsh-0WlCIE_yY8u4ynlXQfyVZnCNDp7AgIKWWbqOedO2grXLVhowTrA04xVLtrxI8aGvIIDjaS6zdCcoA30r2fuLGcIawHF1YOxWTW6SazBw9JGZXbONjdrQ/s960/daniel-kahneman-960x540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-mQy3lf_kzOG4hyphenhyphenjB36TfieyGStOUfLa9X580BrFmEXcXbTfYgCj4Mo3dyJDWIahsh-0WlCIE_yY8u4ynlXQfyVZnCNDp7AgIKWWbqOedO2grXLVhowTrA04xVLtrxI8aGvIIDjaS6zdCcoA30r2fuLGcIawHF1YOxWTW6SazBw9JGZXbONjdrQ/w640-h360/daniel-kahneman-960x540.jpg" width="640" /></a></div><br />Kahneman, falecido ontem, identificou os erros sistemáticos, ou vieses, que fazem parte da estrutura da mente humana. Segundo sua pesquisa, há “erros no projeto do maquinário da cognição”. Eli Vieira para a <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/morre-aos-90-anos-daniel-kahneman-que-revolucionou-a-percepcao-da-racionalidade-humana/">Gazeta do Povo</a>:</div><div style="font-style: italic; text-align: center;"><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Daniel Kahneman, psicólogo israelense laureado em outra área, a economia, faleceu nesta quarta-feira (27) aos 90 anos. Radicado nos Estados Unidos, ele morava havia muitos anos na ilha de Manhattan, em Nova York, e lecionava principalmente na Universidade Princeton, desde 1993. Sua esposa, Barbara, preferiu não divulgar o local ou causa do óbito.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A quatro mãos, com seu colaborador Amos Tversky (1937-1996), o principal feito intelectual de Kahneman foi derrubar, nos anos 1970, a ideia do Homo economicus — o ser humano interpretado nas premissas da economia como um ser perfeitamente racional ao tomar decisões, incluindo as econômicas. Os dois são considerados pioneiros da área da economia comportamental, e seu trabalho foi reconhecido em 2002 com um prêmio de ciências econômicas em memória a Alfred Nobel, do Banco Central da Suécia.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>O legado de Kahneman para a psicologia e a economia</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No bestseller “Rápido e devagar: duas formas de pensar” (Objetiva, 2012), Kahneman explica que até os anos 1970 os cientistas sociais “na maior parte aceitavam duas ideias sobre a natureza humana”. A primeira é que “as pessoas são geralmente racionais e seu pensamento é normalmente são”. A segunda é que “as emoções como o medo, o afeto e o ódio explicam a maior parte das ocasiões nas quais as pessoas rompem com a racionalidade”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os dois israelenses lançaram dúvidas sobre ambas as ideias, investigando erros sistemáticos, ou vieses, que fazem parte da estrutura da mente humana. Então não seria o caso que as emoções são culpadas por turvar a razão, mas que há “erros no projeto do maquinário da cognição”. Além disso, a psiquê operaria em dois modos: um Sistema 1, mais rápido, automático, instintivo, para primeiras impressões e mais sujeito aos vieses; e um Sistema 2, mais lento e dispendioso, que coincide com o que se chama popularmente de “queimar as pestanas” e sai do habitual e do automático.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A ideia popular de que é possível influenciar o sexo de um bebê em gestação, por exemplo, seria derivada de um viés cognitivo que nos leva a interpretar padrões aleatórios como se tivessem um nexo causal com fatores externos. Ao ver uma sequência de nascimentos de, por exemplo, seis meninos seguidos da mesma mãe, tendemos a pensar (com o Sistema 1) que isso deve ter uma causa diferente do acaso em comparação com uma sequência em que os sexos parecem se alternar em intervalos variados.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por que esses erros acontecem? Uma razão é que “presumir a causalidade poderia ter vantagens evolutivas”, ou seja, vantagens para a sobrevivência e a reprodução. “Estamos automaticamente atentos para a possibilidade de que o ambiente mudou. Os leões aparecem na planície a tempos aleatórios, mas seria mais seguro notar e responder a um aumento aparente na taxa de aparecimento de bandos de leões”, ainda que o padrão real seja ao acaso em vez de aumento, explicou o psicólogo — com esse tipo de explicação, além de integrar a psicologia à economia, ele também contribuía para uma conversa interdisciplinar com a biologia, algo raro para cientistas sociais.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Os últimos dias me ensinaram que praticamente todas as pessoas que eu sigo têm algo em comum: a admiração por Daniel Kahneman”, resumiu o cientista da computação e ensaísta Paul Graham, no X. Um seguidor do ensaísta relatou que a leitura de “Rápido e Devagar” salvou a vida de sua esposa: “tínhamos que escolher entre dois tipos de cirurgias e estávamos pendendo para escolher um tipo com base em aversão a riscos. Aí eu abri o livro na página dedicada à tomada de decisões, foi crucial para procurar por uma alternativa melhor”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em seu livro “Psych” (Ecco Press, 2023; sem edição no Brasil), Paul Bloom, professor emérito de psicologia da Universidade Yale, diz que a área do estudo dos vieses cognitivos “tem seu próprio Freud — na verdade, dois deles: os amigos e colaboradores Amos Tversky e Daniel Kahneman”. A influência de ambos levou trabalhos posteriores a proporem listas de até mais de 100 vieses, mas Bloom não acredita que a lista é tão extensa. Em parte, porque desde a década passada a psicologia sofreu uma crise de fracasso de reprodução de resultados de estudos, quando eles eram refeitos. O especialista reduz a lista de vieses para cinco, mas o trabalho de Kahneman sobrevive à crise e ainda é relevante.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O filósofo canadense Joseph Heath, no livro “Enlightenment 2.0” (“Iluminismo 2.0”, em tradução livre, 2014, sem edição no Brasil), faz um esforço de recuperar o ideal de racionalidade humana após as revelações de Kahneman. “A natureza traiçoeira do viés cognitivo é que é teu próprio cérebro que está fazendo isso contigo”, reconhece Heath, “de forma que não é possível discernir pela introspecção quando está acontecendo” a indução ao erro. Só saber que temos vieses, e quais eles são, não é suficiente para sermos mais sábios ou racionais, ele aponta. A solução de Heath é conhecida de terapeutas cognitivo-comportamentais: mudar o ambiente. Assim como lápis e papel nos tornam mais racionais e menos sujeitos a erro na matemática, podemos criar ambientes mais condutivos à racionalidade, que depende de processos lentos no cérebro individual e macetes culturais acumulados em comunidades comprometidas com o pensamento rigoroso.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>A juventude de Daniel Kahneman</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Quando Kahneman nasceu em Tel Aviv, em 1934, não havia um Estado de Israel, mas um Mandato Britânico da Palestina. Seus pais, judeus lituanos, estavam apenas visitando, o lar da família era em Paris. O pai pesquisava química para uma indústria. O psicólogo contou que as raízes da família na França eram rasas, pois não se sentiam seguros — o que só foi confirmado com a invasão de Hitler nos anos 1940.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Foi quando a Segunda Guerra ainda rugia, em 1941, que o menino de sete anos desenhou seu primeiro gráfico. Eram números da fortuna da família, em declínio vertiginoso na esteira do Holocausto. “Nunca saberei se minha vocação como psicólogo resultou da minha exposição precoce à fofoca interessante”, brincou Kahneman em um artigo autobiográfico para a página do Prêmio Nobel, “ou se meu interesse na fofoca era uma indicação de uma vocação que estava brotando. Como muitos outros judeus, suponho, cresci num mundo que consistia exclusivamente de pessoas e palavras, e a maior parte das palavras tratavam de pessoas”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nas fofocas da mãe, algumas pessoas eram melhores que outras, “mas as melhores estavam longe de perfeitas e ninguém era simplesmente ruim”. As histórias eram cheias de ironia e todas tinham dois lados ou mais.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na França invadida, quando menino, ele era obrigado a usar uma estrela de Davi na lapela e respeitar o toque de recolher às 18 horas. Uma vez, topou por acaso com um soldado da SS nazista, após a hora limite, porque se distraíra demais brincando com um amiguinho cristão. O soldado usava um uniforme preto que ele aprendeu a temer. Ao se aproximar, com passo apertado, foi abordado pelo nazista. O homem o pegou no colo, lhe deu um abraço, e falava emocionado em alemão. Ele abriu a carteira, mostrou a foto de seu filho, e lhe deu dinheiro. “Fui para casa com mais certeza que nunca que minha mãe tinha razão: as pessoas eram infinitamente complicadas e interessantes”, refletiu.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Aos 17 anos, Israel já existia e lhe cobrou que servisse às forças armadas. O rapaz, mais inclinado ao intelecto que à fisicalidade, conseguiu conciliar o serviço à sua paixão pela escrita. Foi então que decidiu que seria psicólogo. O teste de orientação vocacional confirmou: psicologia era a primeira recomendação — economia era a segunda. Em dois anos, Kahneman completou a graduação em psicologia na Universidade Hebraica de Jerusalém, com uma importante especialização em matemática que marcaria o rigor quantitativo de suas pesquisas depois, mas “era medíocre em matemática”, confessou.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Com 20 anos, ele já estava aplicando seus conhecimentos como segundo-tenente nas Forças de Defesa de Israel. Mas foi no final da década seguinte, nos anos 1960, quando lecionava na universidade onde se formou, que Kahneman conheceu seu colaborador mais novo, Amos Tversky. Dos oito artigos conjuntos que publicaram durante a década de 1970, cinco foram citados por outros pesquisadores mais de mil vezes. Tversky morreu de câncer em 1996. Sua esposa era a mesma Barbara, agora viúva duas vezes. Kahneman deixou também dois filhos de seu primeiro casamento, quatro enteados e sete netos.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-29245024756382196622024-03-28T17:21:00.001-03:002024-03-28T17:21:09.329-03:00O 'Papa comunista' e a outra face da Ucrânia<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLUC2TeOxwF713UzRi1_SPQC6z7GdpK63UfJjmSEUtFZ6M_7wyEiK7JXuwUpolGHsTWHeAqFAmAvwTSOBxV2aeDQCRyX8N8ZWOwyCp13gN7nSXqM5yXmKU0F-c3PN8INvz5nfhe1DcZj22z_xTvyFcbqBEjCBfVWlkpITi9WVPMkldZHaQq58smA/s600/f.elconfidencial.com_original_8d5_9b2_3fb_8d59b23fbcfa7f4880420405f9e6af74.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLUC2TeOxwF713UzRi1_SPQC6z7GdpK63UfJjmSEUtFZ6M_7wyEiK7JXuwUpolGHsTWHeAqFAmAvwTSOBxV2aeDQCRyX8N8ZWOwyCp13gN7nSXqM5yXmKU0F-c3PN8INvz5nfhe1DcZj22z_xTvyFcbqBEjCBfVWlkpITi9WVPMkldZHaQq58smA/w640-h480/f.elconfidencial.com_original_8d5_9b2_3fb_8d59b23fbcfa7f4880420405f9e6af74.jpg" width="640" /></a></div><br />Si ahora el papa Francisco le pide a Ucrania que levante la bandera blanca ante Rusia, ¿debemos entender que está actuando conforme a los Evangelios o que su progresismo le lleva a disculpar la invasión de Putin? Javier Caraballo para <a href="https://blogs.elconfidencial.com/espana/matacan/2024-03-28/papa-francisco-guerra-ucrania-perdon-rusia_3856380/">El Confidencial:</a></span></div><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: center;"><br /></div></span><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Una bandera blanca nos lleva desde Ucrania al monte del Calvario, fuera de las murallas de Jerusalén, hace más de dos mil años. La religión más importante de todos los tiempos, <a href="https://www.elconfidencial.com/tags/otros/cristianismo-5446/">el cristianismo</a>, se construyó a partir de un hombre salvajemente torturado, clavado en la cruz de pies y manos, que, antes de expirar, miró al cielo y pidió perdón para quienes lo estaban asesinando, entre burlas y escupitajos. Era el mismo hombre que, en el Sermón de la Montaña, le pidió a sus seguidores que amaran a sus enemigos, que siempre estuvieran dispuestos a poner la otra mejilla si recibían una bofetada. Si ahora el <a href="https://www.elconfidencial.com/tags/personajes/papa-francisco-9795/">papa Francisco</a> le pide a Ucrania que levante la bandera blanca ante Rusia, ¿debemos entender que está actuando conforme a los Evangelios o que su progresismo le lleva a disculpar la invasión de Vladímir Putin? ¿Qué es poner la otra mejilla?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><a href="https://www.elconfidencial.com/tags/temas/semana-santa-8929/">En plena semana de Pasión y muerte de Jesucristo</a>, con la imagen del Cristo de la Expiración recorriendo muchas ciudades españolas, conviene volver sobre los pasos de esa polémica en la que, de nuevo, se ha visto envuelto el papa Francisco. No es la primera vez que ocurre y siempre se le reprocha, por igual, su visión progresista, excesivamente escorada hacia los movimientos populistas de izquierda; mientras que otros lo critican por lo contrario, por su falta de determinación para ‘modernizar’ el pensamiento de la Iglesia sobre algunos preceptos arcaicos, sobre todo aquellos que tienen que ver con la sexualidad y la realidad cambiante de las estructuras sociales; desde el aborto hasta los matrimonios de homosexuales.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Cuando Jesucristo le pide a sus discípulos que, cuando los ofendan, pongan la otra mejilla, tiene que ver, según se razona en diversas interpretaciones teológicas, con una ley anterior, que figura en el Antiguo Testamento, <a href="https://www.elconfidencial.com/cultura/2023-07-04/trilogia-policiaca-ley-de-talion-bra_3670697/">la ‘ley del Talión’: “ojo por ojo, diente por diente, mano por mano, pie por pie”.</a> En contra de lo que se interpreta en la actualidad, el sentido histórico de la ‘ley del Talión’ no es el de fomentar la venganza, descarnada y contundente, sino que se considera como una de las primeras leyes de la humanidad que clamaba por la proporcionalidad en el castigo, o ante la ofensa. Ojo por ojo… En todo caso, Jesucristo, que también había enseñado a sus seguidores que tenían que amar a sus enemigos (“Amad a vuestros enemigos, haced bien a los que os odien, bendecid a los que os maldigan, rogad por los que os difamen”), se rebela contra la ‘ley del Talión’ y, en coherencia con lo que predicaba, pide poner la otra mejilla. ¿Es eso lo que dijo el papa Bergoglio <a href="https://www.elconfidencial.com/tags/temas/conflicto-de-ucrania-10136/">sobre la invasión de Ucrania</a>? Vayamos a la literalidad de lo dicho.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Lo que le preguntaron al papa Francisco en la entrevista de la Radio Televisión Suiza, que se emitió el pasado 20 de marzo, fue lo siguiente: “En Ucrania hay quienes piden el coraje de la rendición, de la bandera blanca. Pero otros dicen que esto legitimaría a los más fuertes. ¿Usted qué opina?” Y el Papa responde: “Creo que son más fuertes quienes ven la situación, quienes piensan en el pueblo, quienes tienen el coraje de izar la bandera blanca y negociar. Y hoy se puede negociar con la ayuda de las potencias internacionales (…) La palabra negociar es una palabra valiente. Cuando ves que estás derrotado, que las cosas no van bien, necesitas tener el coraje de negociar. Te da vergüenza, pero ¿con cuántas muertes terminará? Negociar a tiempo, <a href="https://www.elconfidencial.com/mundo/2024-03-13/pablo-iglesias-boris-johnson-acuerdo-paz-rusia-ucrania_3845165/">buscar algún país que actúe como mediador</a>. Hoy, por ejemplo, en la guerra de Ucrania, hay muchos que quieren actuar como mediadores. No tengan vergüenza de negociar antes de que las cosas empeoren”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Si nos atenemos a la literalidad de los Evangelios, es justo reconocer, por lo tanto, que la posición del <a href="https://www.elconfidencial.com/mundo/2023-12-17/papa-francisco-87-anos-no-piensa-renunciar_3794085/">papa Francisco</a> obedece a las enseñanzas de Cristo, aquel que pedía que se perdonase a quienes lo clavaron en la cruz. De hecho, ni siquiera se puede decir que se trate de una posición nueva de Bergoglio, porque él mismo se ha ofrecido como mediador y hasta envió una comisión vaticana para intentar que rusos y ucranianos llegasen a un acuerdo. Y tampoco es novedad en la Iglesia Católica que se condenen todas las guerras. Lo que ocurre con Francisco, como se decía antes, es que al Papa siempre lo han acusado de alentar los movimientos populistas de izquierda, incluso de izquierda radical.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ahí está <a href="https://www.elconfidencial.com/espana/2024-02-04/yolanda-diaz-economia-francisco-une-vicepresidenta-papa_3822493/">la devoción que despierta en la vicepresidenta Yolanda Díaz</a>, cuya única militancia ha sido la del Partido Comunista. Dos veces ha acudido a visitarlo y, en cada una de ellas, ha surgido una conexión indisimulada. “¿Sigues tan peleadora como siempre?”, le preguntó el Pontífice a la líder de <a href="https://www.elconfidencial.com/tags/topics/sumar-21377/">Sumar </a>en su última reunión, el mes pasado. “Francisco es el mejor embajador del trabajo decente del mundo”, dijo la vicepresidenta tras la reunión. La conexión, personal o política, existe. Por lo tanto, aunque el papa Francisco siempre se ha defendido diciendo que él se limita a obedecer las enseñanzas de Jesucristo. “<a href="https://www.elconfidencial.com/cultura/2023-05-03/entrevista-loris-zanatta-papa-francisco-bergoglio-peron_3619282/">No soy comunista</a>, como dicen algunos; el Papa sigue el Evangelio”, como le dijo hace unos meses a la agencia de noticias argentina Télam.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><a href="https://www.elconfidencial.com/espana/2023-09-10/ultimos-fe-asi-perdido-espana-millon-jovenes-catolicos-20-anos_3731573/">Ciertamente, de acuerdo a los Evangelios</a>, nadie podría reprocharle al papa Francisco otra cosa distinta a que, en efecto, lo que predicaba Jesucristo, incluso en la misma cruz, era el perdón de quienes lo estaban asesinando y el amor a los enemigos. Pero la cuestión, más allá de la literalidad teológica, radica en preguntarnos si, de verdad, el papa Francisco puede pensar que el conflicto de Ucrania se podría arreglar ofreciéndole a Putin la otra mejilla. Un sátrapa codicioso y sanguinario solo entiende una bandera blanca, la del ‘cheque en blanco’ de impunidad para aumentar sus agresiones. Nadie ha podido rebatir la máxima latina que el pacifismo de la actualidad desprecia, inconsciente: “si vis pacem, para bellum”. Si quieres la paz, prepárate para la guerra. La bandera blanca la tienen que alzar siempre los agresores, no los agredidos; la bandera blanca es el símbolo de la paz cuando son derrotados aquellos que quieren subvertir la libertad, la convivencia y el respeto a los demás.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Jesucristo, en efecto, predicó ante sus discípulos pidiéndole que pusieran la otra mejilla, pero esa cita evangélica la deberíamos acompañar siempre de otra, referida a estos días de Pasión y Muerte que <a href="https://www.elconfidencial.com/espana/madrid/2024-03-26/semana-santa-carrera-oficial-madrid-andalucia-pasos_3853008/">celebramos con la Semana Santa</a>. Sucedió en la casa de Anás, suegro de Caifás, sumo sacerdote judío que ordenó la detención de Jesús. Buscaban la inculpación de Jesucristo en la rebelión de la que lo acusaban y el Señor les contestaba con desapego: “¿Por qué me interrogas a mí? Pregunta a los que me han oído qué les enseñé. Ellos saben bien lo que he dicho”. Al oírlo, uno de los soldados le propinó una bofetada al Nazareno, para exigirle que hablara con respeto: “¿Así le respondes al sumo sacerdote?”. Jesucristo no puso la otra mejilla en ese momento, sino que pidió explicaciones: “Si he hablado mal, muestra en qué ha sido; pero si he hablado bien, ¿por qué me pegas?”. Sí. Ucrania ha actuado mal, que se diga en qué ha provocado esta guerra, pero si no ha sido así, que <a href="https://www.elconfidencial.com/mundo/2024-02-24/un-frente-estancado-y-un-acuerdo-de-paz-con-rusia-como-es-una-victoria-para-occidente_3836952/">se le exija a Putin que sean él quien alce la bandera blanca</a> y restituya la paz que ha manchado con la sangre de miles de inocentes.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-55173841899919528882024-03-28T16:42:00.004-03:002024-03-28T16:42:53.872-03:00Bajulação envergonhada<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5crDOxeGCtjGYWmLskiV10VrBRy6BmJJnScsqxtvt-g_918aAvbKgr0J-0gjahP5tyjKWylafUrck0JG3Q_0h6Kh3gNgi1srHiqUQ1Lx9tw5BWG95E4X7bvakttXpQdNuTxojtBJrK6r19kmv4kScT-ypiHA41z5MnX2SJP3VlQyDxei8qd3cog/s1080/putin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="661" data-original-width="1080" height="392" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5crDOxeGCtjGYWmLskiV10VrBRy6BmJJnScsqxtvt-g_918aAvbKgr0J-0gjahP5tyjKWylafUrck0JG3Q_0h6Kh3gNgi1srHiqUQ1Lx9tw5BWG95E4X7bvakttXpQdNuTxojtBJrK6r19kmv4kScT-ypiHA41z5MnX2SJP3VlQyDxei8qd3cog/w640-h392/putin.jpg" width="640" /></a></div><br />Ao enviar uma carta para Vladimir Putin, governo Lula mostra que quer seguir apoiando o ditador, mas sem ter de arcar com as repercussões negativas no Brasil e no exterior. Duda Teixeira para a <a href="https://crusoe.com.br/secao/reportagem/bajulacao-envergonhada/">Crusoé:</a></span></div><div><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ao parabenizar o ditador Vladimir Putin pela fraude eleitoral que acabou no dia 17 de março, o governo brasileiro adotou um método diferente, envergonhado. Em vez de publicar uma nota oficial, como se faz tradicionalmente, o presidente Lula enviou uma carta para o Kremlin, cumprimentando o ditador pela sua vitória. O teor da mensagem não foi divulgado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Notas anódinas são uma prática corriqueira no Itamaraty. Desde que Lula assumiu o Palácio do Planalto, no início de 2023, o Brasil enviou cumprimentos para os vencedores das eleições no Congo, na Guatemala, em Bangladesh, no Egito, no Equador e na Guiné-Bissau. O fato de que Lula e o seu assessor especial Celso Amorim tenham escolhido outro método após a fraude eleitoral russa, contudo, revela um cálculo político, ao mesmo tempo que confirma as posições antigas em política externa do PT.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A carta de teor desconhecido para Putin indica que o governo quer evitar repercussões negativas no Brasil. Três pesquisas de opinião pública divulgadas nas últimas semanas apontaram queda na aprovação do governo (leia matéria de capa nesta Crusoé). Entre as áreas mais criticadas está a diplomacia e (especialmente os ataques verbais de Lula a Israel). Nesse cenário, soltar uma simples nota burocrática poderia cavar ainda mais fundo o poço da desaprovação ao atual governo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em outros momentos sensíveis, os petistas também foram espertos ao esconder suas simpatias. Foi assim no final de 2021, quando Lula começava a se apresentar como rival de Jair Bolsonaro para disputar as eleições presidenciais do ano seguinte. Em novembro daquele ano, o PT apagou uma nota em que saudava a eleição de Daniel Ortega, na Nicarágua. Sete candidatos de oposição foram presos antes do pleito. Em fevereiro do ano seguinte, o site do PT no Senado apagou uma publicação nas redes sociais em que criticava os Estados Unidos pela invasão russa da Ucrânia, que ocorrera dias antes.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ao escamotear o conteúdo da carta, Lula tenta evitar uma deterioração maior de sua imagem. O impacto teria tudo para ser grande, pois a nota oficial coincidiria com o exato momento em que Putin consolida a sua ditadura (a partir deste momento, Crusoé e O Antagonista passarão a chamar Putin sempre de ditador).</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Putin já está há 25 anos no poder, e logo baterá o recorde de Josef Stalin no Kremlin. Assim como o líder soviético, o modelo de Putin passa pela submissão dos outros Poderes, pela eliminação de adversários, pela limitação das liberdades, pela centralização, pela paranoia, por guerras e ameaças“, diz o cientista político Márcio Coimbra, presidente do Instituto Monitor da Democracia.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Com a cartinha secreta, Lula também busca prevenir um desgaste externo. Após a fraude na Rússia, em que todos os candidatos verdadeiramente de oposição foram proibidos de participar, exilados ou assassinados, os governantes europeus criticaram abertamente Putin. A União Europeia disse que os eleitores não tiveram um pleito imparcial e independente. “Um apoio expresso ao Putin seria mal visto pela opinião pública e por aliados, e enfraqueceria ainda mais a imagem de Lula, no Brasil e no exterior“, diz Dorival Guimarães Pereira Jr., professor de Relações Internacionais da Skema Business School, em Belo Horizonte.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">As poucas mensagens pró-Putin que escaparam do controle do Planalto foram amplamente rejeitadas, porque <a href="https://crusoe.com.br/diario/as-mentiras-de-mauro-vieira-e-do-pt-na-fraude-eleitoral-da-russia/">baseadas em mentiras evidentes</a>. Da Cisjordânia, o ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira disse que a votação ocorreu “em clima de tranquilidade doméstica” e com “observadores internacionais“. Mas monitores independentes de outros países não puderam acompanhar a eleição. O secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira, divulgou uma nota falando que o povo votou voluntariamente. Mas funcionários públicos não tiveram opção.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Que ninguém se engane: embora o Brasil não tenha publicado uma nota oficial sobre a eleição de Putin, o apoio ao ditador continua firme e forte. Desde 2022, o petista tentou culpar a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pela invasão russa da Ucrânia. Também insistiu que Putin não seria preso no Brasil, apesar de o Tribunal Penal Internacional ter expedido um mandado de prisão contra o russo por crimes contra a humanidade. E Lula ainda fez malabarismos para não culpar Putin pela morte do opositor Alexei Navalny em uma colônia penal na Sibéria.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nenhuma dessas posições passou por qualquer correção moral ou de princípios. O que mudou é que Lula e Celso Amorim querem continuar apoiando ditadores, mas preferem evitar os ônus de suas amizades.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-37809244578368361092024-03-28T12:30:00.001-03:002024-03-28T12:30:12.490-03:00Isaiah Berlin: a liberdade contra os totalitarismos.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivsTPnoaqji4HDoaqSA84LJ55lGba2IMFGC73a6RvtvprYUCHotCyw2xRrQlp4G_KplxhPl9uWltkmoe25PvbrgZTRvDOcRt1sPZldFpsTa0ZPX0gOBO3TPT6CsgkrrbHuG3DkFCi270u9IMPjPlNWP6vNLDJ8zVD67jRpKuUUTjsmvBsq7ij3nw/s768/db8a53a0fe68-ignatieff-header-bern-schwartznational-portrait-gallery.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="768" height="374" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivsTPnoaqji4HDoaqSA84LJ55lGba2IMFGC73a6RvtvprYUCHotCyw2xRrQlp4G_KplxhPl9uWltkmoe25PvbrgZTRvDOcRt1sPZldFpsTa0ZPX0gOBO3TPT6CsgkrrbHuG3DkFCi270u9IMPjPlNWP6vNLDJ8zVD67jRpKuUUTjsmvBsq7ij3nw/w640-h374/db8a53a0fe68-ignatieff-header-bern-schwartznational-portrait-gallery.jpg" width="640" /></a></div><br />Autor de livro sobre o filósofo Isaiah Berlin, Leandro Bachega explica o debate de ideias em torno do conceito de liberdade, que precisa resistir à interferência do Estado e da vontade geral. Duda Teixeira para a <a href="https://crusoe.com.br/edicoes/307/leandro-bachega-a-liberdade-contra-os-totalitarismos/">Crusoé:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os pensadores que se debruçaram sobre o tema da liberdade, em geral, não a consideravam como um valor absoluto. Eles entendiam que a liberdade de alguém deve estar em harmonia com outros valores e também com a liberdade dos demais. Entre os liberais clássicos, muitos buscaram estabelecer qual seria o mínimo que alguém deveria ter, para que se pudesse preservar sua dignidade humana. Além disso, eles entenderam que os limites da liberdade podiam vir não apenas do Estado, mas também das outras pessoas. Um exemplo disso seria o cancelamento, tão frequente nos dias de hoje.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Isaiah Berlin explorou dois conceitos de liberdade porque, para ele, sob os governos totalitários, esse foi o bem humano que mais sofreu riscos. No entanto, embora tenha dado muita ênfase à liberdade, Berlin foi muito taxativo em dizer que a liberdade não é o principal valor de uma sociedade, mas um entre muitos, como justiça, igualdade, bondade, segurança. Isso é o que ele chama de pluralismo de valores, nós temos uma série de bens na vida. A questão é que nem todo o tempo eles podem conviver juntos. Quando eu vou a uma agência bancária, a minha liberdade de entrar livremente é diminuída em nome da minha segurança e a dos outros cidadãos que frequentam o banco“, diz Leandro Bachega, autor do livro Isaiah Berlin – Pluralismo e dois conceitos de liberdade, em que ele discute as ideias do filósofo russo-britânico Isaiah Berlin (1909-1997). Bachega é o convidado do Crusoé Entrevistas desta semana.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpstj_kl857A216rJftqfmNWfhhWiv8_ZI-c6e3MIMo-zv4IRuK3pQqPLROM-U78_BGD-kEpJSpQP6h4ViSipjlyLVRsaIA8S1GM2Z8Q2pYUqw3bvC02XEZwXqsAi-fiM5JC1LaYQvt0ygcAxwUxiz42MWwX56-F_yO3CQD_OrNFBWZkGxOujAfA/s320/61XldCYbTvL._AC_UL320_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="206" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpstj_kl857A216rJftqfmNWfhhWiv8_ZI-c6e3MIMo-zv4IRuK3pQqPLROM-U78_BGD-kEpJSpQP6h4ViSipjlyLVRsaIA8S1GM2Z8Q2pYUqw3bvC02XEZwXqsAi-fiM5JC1LaYQvt0ygcAxwUxiz42MWwX56-F_yO3CQD_OrNFBWZkGxOujAfA/s1600/61XldCYbTvL._AC_UL320_.jpg" width="206" /></a></div><br />Os dois conceitos que aparecem no título do livro são os de liberdade negativa e positiva.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A liberdade negativa é aquela que existe quando o indivíduo pode exercer os seus direitos sem interferência externa. É o caso, principalmente, da liberdade política, em que uma pessoa tem o direito de escolher um partido, uma ideologia, encontrar-se com quem quiser e se manifestar como bem entender.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Bachega afirma que, para alguns intelectuais, como John Stuart Mill e Alexis de Tocqueville, os limites à essa liberdade não vêm apenas do Estado, mas também de outras pessoas ou da opinião pública. “Essa era uma preocupação dos autores do liberalismo clássico. Quando se tem uma espécie de mentalidade única, que não permite que haja expressões diferentes daquela que são padronizadas. Quando há uma interferência de coletivos ou de um parecer geral da sociedade contra qualquer tipo de expressão estranha, isso é um cerceamento de liberdade negativa“, diz Bachega. Tocqueville, por exemplo, falava na “ditadura da maioria“.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A liberdade positiva é aquela em que a pessoa é senhora de si e age a partir dos seus próprios valores e do seu raciocínio. É o “pensar com a própria cabeça“.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Berlin percebe que, na história das ideias, alguns autores tomam esse conceito de liberdade individual, mas fazem uma sutil alteração, que para ele é um tanto macabra, que é identificar liberdade com obediência“, diz Bachega.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Berlin cita o suíço Jean-Jacques Rousseau e o alemão Johann Gottlieb Fichte. Os dois são a favor da autonomia de pensamento e de ação dos indivíduos, mas eles entendem que, ao mesmo tempo, também é necessário que as pessoas precisam obedecer às leis. Há um paradoxo, portanto.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Segundo Berlin, Rousseau dizia que uma pessoa só é livre a partir do momento em que ela segue as leis que ela mesma criou. O problema é que, para Rousseau, todas as leis são as mesmas para todos os indivíduos. É o que ele chama de vontade geral. Na mentalidade de Rousseau, uma pessoa era livre porque ela se submetia a uma vontade que também era dela. Para Isaiah Berlin, porém, Rousseau e, à sua maneira, Fichte, deram vazão a uma concepção de liberdade que estava vinculada à obediência ao Estado“, diz Bachega. Essa ideia de submissão acabaria dando legitimidade a Estados totalitários. No caso de Rousseau, isso levaria ao comunismo. No de Fichte, ao nazismo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No fim, comunistas e nazistas podiam até se considerar livres, mas estavam apenas funcionando como marionetes do sistema. “Esse é o tipo de deturpação da liberdade positiva que Berlin identificou na história das ideias do século 18 até o 20“, diz Bachega.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>A entrevista: </b>https://youtu.be/FK2aynNQZVw</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-62823759925829122642024-03-28T12:17:00.002-03:002024-03-28T12:17:17.992-03:00Patologias políticas: No mar dos monstros.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV0faRMwMv9t8hXo4hrOR9Dya9DNyLKKxT0rhBSC6QBjke3qtz6sS0gYx4f02MFFujtuxyi48IhOBUagxpPs9sBeLxywH2iV16niOeFck9VMdcGUx6aMgsQXwCpClK6AstV8iGYGEOCBfK4Q2loP7c-gRduDMIfOcKMv4pal_29ScgPN-4kr3ksA/s1200/270-esp-convivio-elorza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1200" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV0faRMwMv9t8hXo4hrOR9Dya9DNyLKKxT0rhBSC6QBjke3qtz6sS0gYx4f02MFFujtuxyi48IhOBUagxpPs9sBeLxywH2iV16niOeFck9VMdcGUx6aMgsQXwCpClK6AstV8iGYGEOCBfK4Q2loP7c-gRduDMIfOcKMv4pal_29ScgPN-4kr3ksA/w640-h454/270-esp-convivio-elorza.jpg" width="640" /></a></div><br />Podemos ha sido la principal formación populista que ha surgido en España, y ha cambiado la política de nuestro país. Diez años después de su irrupción en las elecciones europeas de 2014, esta es la historia de su génesis, su éxito y su caída. Antonio Elorza para <a href="https://letraslibres.com/revista/en-el-mar-de-los-monstruos/01/03/2024/">Letras Libres:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La reciente floración de patologías políticas hace aconsejable un esfuerzo de comprensión, no siempre fácil de llevar a término. Solo ocasionalmente prevalecen en ellas factores estructurales, a partir de los cuales resulta posible establecer y desarrollar hipótesis interpretativas, base del ulterior análisis. La aparición del chavismo en Venezuela, los virajes hacia la ultraderecha en Europa central o el posfascismo en Italia responden a esas características. Hay otros movimientos desestabilizadores que, sin embargo, presentan mucha mayor complejidad, aun cuando por supuesto no sean fruto de una generación espontánea: registran la presencia de actores que alcanzan su protagonismo por azar o por influencias externas inesperadas, y conjugan distintos elementos heterogéneos para producir una síntesis ideológica cargada de populismo y, a pesar de ello, o tal vez por ello, eficaz. Funden rasgos de modernidad, producto de la revolución digital, con residuos arcaizantes que llegan a convertirse en núcleo de una oferta política novedosa en apariencia. El Movimiento 5 Estrellas en Italia y Podemos en España serían ejemplos de esta segunda variante, que, como la Francia Insumisa de Mélenchon, enlazan con la crisis de las formas orgánicas tradicionales de la izquierda europea, la socialdemocracia y los partidos comunistas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nuestro propósito consiste en facilitar algunas claves para entender el fenómeno Podemos, sin duda el movimiento populista de mayor influencia en la historia inmediata de nuestro país. En su elaboración ha jugado un papel importante el hecho de que sus promotores, Pablo Iglesias, Juan Carlos Monedero e Íñigo Errejón, fueron estudiantes primero y luego jóvenes profesores (o becarios) con quienes tuve un contacto inmediato desde mi posición –hasta 2010– de director del Departamento de Ciencia Política III en la Facultad de Ciencias Políticas y Sociología de la Universidad Complutense de Madrid (UCM). La observación participante ha sido útil, sobre todo para el periodo de gestación de Podemos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>LA OLA</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La Facultad de Ciencias Políticas de la ucm contaba con una larga tradición de izquierdismo desde la década de 1960, años en que futuros politólogos y sociólogos militaron en sus etapas de estudiantes y profesores no numerarios dentro del espectro de organizaciones comunistas (del PCE, del Frente de Liberación Popular o “Felipe”, trotskistas o maoístas), con una práctica ausencia de la socialdemocracia. Al llegar la Transición, el predominio del pce era claro, si bien su rápido declive en los años ochenta, aun manteniendo una presencia continuada entre los estudiantes, se tradujo en una constante inseguridad ideológica y en una deriva radical, en cuyo curso se dio la aproximación de los jóvenes universitarios comunistas a los estudiantes próximos a ETA.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Semejante debilidad tuvo la compensación del acceso de izquierdistas postsesentayocho a cargos académicos, configurando de este modo una plataforma favorable para la recuperación de la presencia radical. Así, un personaje discreto en el orden científico, el geógrafo Heriberto Cairo, desempeñó un papel capital en la presencia académica de Pablo Iglesias e Íñigo Errejón, y más tarde como decano, de 2010 a 2018, en la hegemonía de la organización de ambos, Contrapoder. Por encima del anquilosamiento ideológico de los jóvenes comunistas, eso sí, radicales al estilo de Anguita, sus líderes habían incorporado la enseñanza de los movimientos antisistema del nuevo milenio, tales como la militancia violenta en la antiglobalización, para Pablo Iglesias, o una síntesis de vocación revolucionaria, fundiendo Gramsci y el neoperonismo de Ernesto Laclau y Chantal Mouffe, que asumió Errejón. Monedero emprendía entre tanto su andadura en busca de un nuevo socialismo, envuelto en la admiración a Chávez. Por un tiempo, fue también referencia la teoría antiglobalización del sociólogo portugués Boaventura de Sousa Santos, chavista convencido y autor de eslóganes infumables como que “el socialismo es la democracia sin fin”, cuyo Centro de Estudios Sociales en Coimbra tuvo su eco institucional entre las iniciativas de Podemos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Aunque bien protegidos en cuanto a promoción académica y a pesar del balance favorable a la acción violenta, todo hubiese quedado en una tormenta en un vaso de agua sin el encuentro de Juan Carlos Monedero con el presidente venezolano Hugo Chávez, el líder latinoamericano que pasó a ser el punto de referencia de la naciente organización izquierdista. Monedero, hasta entonces activista de la unidad de la izquierda, se convirtió por espacio de nueve años en asesor de Chávez, quien le nombró director del Instituto Francisco de Miranda, de relaciones internacionales, en el Hilton de Caracas. A su aire, siguió ejerciendo la docencia en la Facultad de Ciencias Políticas, e impulsando la mutación de la izquierda hacia un “socialismo del siglo XXI”, que una vez cegadas las expectativas en Europa volvía su mirada hacia Latinoamérica. Cerraba el círculo el culto a Chávez, del que serán asimismo oficiantes Pablo Iglesias e Íñigo Errejón. La relación con Chávez pudo favorecer la llegada de recursos para una televisión local, Telek, donde Pablo Iglesias inició su carrera hacia el estrellato de la videocracia, y para el Centro de Estudios Políticos y Sociales (CEPS) de Valencia, a imitación del fundado por De Sousa Santos en Coimbra.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El apoyo exterior se vio reforzado por la entrada en escena de Hispantv, vinculada al régimen de los ayatolás en Irán. En Hispantv, Pablo Iglesias dirigió sus críticas contra la democracia representativa en el programa Fort Apache, más directo que su protagonismo en La tuerka de Telek. Todo valía con tal de consolidar su resistible ascenso hacia el liderazgo del discurso antisistema. Iglesias iba a lo suyo, no importaba con quién. Nada mejor que la televisión de los ayatolás para exponer que la guillotina fue un artilugio esencial para el nacimiento de la democracia, aunque en el Irán de Jomeini había y hay preferencia por la horca. Añadamos que, como harían en el futuro respecto de eta, primero, y de las sucesivas “herri batasuna”, Podemos y up mantuvieron una actitud favorable a los diferentes episodios de la Revolución iraní, y silencio o circunspección ante sus actuaciones represivas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Entretanto, tenía lugar el asalto a la facultad, programada por el dúo Iglesias/Monedero: necesitaban una base institucional, y así nació Contrapoder, presentado en sociedad con un acto sorpresa en la cafetería del centro, en homenaje y defensa del etarra Iñaki de Juana Chaos. Curiosamente, los propagandistas de Podemos eran tan activos en la fase Contrapoder a la hora de colgar las imágenes de sus primeras hazañas como lo han sido más tarde para borrarlas o modificarlas. El acto de presentación a favor de De Juana Chaos, lo mismo que la grabación del himno rapero del grupo bajo el eslogan de “defender la alegría y organizar la rabia”, han desaparecido de YouTube, probablemente entre otros clips que informarían sobre la verdadera naturaleza del movimiento. Tampoco son localizables algunos artículos de Iglesias en Kaos en la red.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El mensaje de cambio radical, aun cuando tiene en Iglesias un fundamento leninista, buscaba un aval de legitimidad en los métodos radicales de la Revolución francesa y referencia inmediata en el antiimperialismo populista de Chávez. Para España, la proyección del espíritu antisistema se centró siempre en la descalificación del “régimen de 1978”, por haber sido un pacto entre las élites conservadoras en contra de los intereses populares. El objetivo era precisamente el empoderamiento del pueblo frente a la oligarquía, encabezada al modo de Beppe Grillo en Italia por “la casta”, la clase política. Una oposición con visos de éxito a esa trama de poder requiere un liderazgo fuerte del que Chávez es un buen ejemplo. Todo muy sencillo. Sobra en la explicación toda referencia a la crítica situación económica en la década de 1970.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Los escraches contra políticos fueron el instrumento preferido por los futuros creadores de Podemos. De particular relevancia fueron en la Facultad de Ciencias Políticas los practicados contra el exministro Josep Piqué y Rosa Díez (por dos veces, señalada por su oposición a ETA). Tenían por objetivo, de entrada, crear un grupo cohesionado, formado por estudiantes de ideología radical dispuestos a ejercer la violencia para impedir el acceso a la palabra de este o aquel político demócrata, acusado de servidor del capitalismo. Era esencial presentarse en público suplantando al colectivo del cual procedían; según su autodesignación, eran “los estudiantes” por antonomasia. Y su vocación era efectivamente ejercer el poder sobre la facultad, lo que lograrán a partir de 2008-2010, dándole un definido sesgo ideológico, de Evo Morales a Corea del Norte y frente a la democracia representativa. Al mismo tiempo, eran próximos en ideas a los sectores universitarios simpatizantes, o dependientes, de la galaxia ETA, y, lo que es más importante, estaban seguros de su impunidad al encontrarse protegidos desde arriba.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La violencia, auspiciada por la pasividad oficial, fue un medio para la conquista del primer escalón de poder, y el cinismo, su regla de comportamiento. Algo que caracterizará a los líderes de Podemos a lo largo de su existencia.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En gran medida, era un remake de la secuencia que Dennis Gansel llevó a la pantalla en su película La ola, donde recogía la historia real de un profesor ególatra y autoritario que plantea un experimento con sus alumnos para mostrar cómo en el ámbito de una clase surge “la autocracia”. Los ingredientes que configuran una mentalidad totalitaria son cuidadosamente individualizados en el filmey responden estrictamente a la experiencia de Contrapoder: a) una ideología simple y maniquea que permite la designación del otro como enemigo; b) la formación de un grupo altamente cohesionado en torno a un conjunto de signos identitarios; c) la actuación de un líder carismático, que fija los objetivos de la acción y detenta los mecanismos de control y vigilancia; d) la aspiración a ser reconocidos como únicos representantes legítimos del colectivo al que pertenecen, y e) la utilización sistemática de la violencia, tanto verbal como física, para eliminar a opositores y disidentes. En la vida política ulterior de Podemos, los modos debían moderarse, cuando la minoría activa así forjada emprendiera el tránsito a la formación de un movimiento de masas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b><br /></b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>EL ASALTO AL CIELO</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La plataforma universitaria podía resultar útil para conquistar en la ucm un reducto de poder exclusivo, coincidiendo con la elección del mentor Cairo como decano en la Facultad de Ciencias Políticas. La relación satisfactoria con el vértice se mantuvo durante los rectorados de Carlos Berzosa (2003-2011), José Carrillo (2011-2015) y Carlos Andradas (2015-2019). Eso no bastaba, sin embargo, para dar vida a un proyecto de poder alternativo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La estructura de oportunidad política surgirá con el movimiento de masas del 15M y, frente a lo que dice la visión establecida, no porque Podemos, mutación de Contrapoder, fuese la expresión del 15M. Recuerdo a Monedero, cargado de papeles, intentando influir sin éxito sobre los acampados en la Puerta del Sol madrileña. Él mismo se encargó más tarde de explicar que no logró el objetivo de captación. Incluso en la primera asamblea, celebrada en la calle Abtao, tras las elecciones europeas de 2014, censuró la falta de definición en el 15M, lo cual no excluye que insistiera más tarde con razón en que “sin el 15M no existiría Podemos”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La razón es bien simple: el 15M no fue una “reinvención de la democracia”, aunque sí la expresión de una crisis en la democracia representativa, la salida a la calle de una masiva demanda social, inspirada en la frustración y el malestar, que esperaba la formulación de una oferta política. A esa demanda atenderá transitoriamente con éxito Podemos, a partir de la primavera de 2014.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En marzo de 2013, la muerte de Hugo Chávez, el “inmortal Chávez” de los fundadores de Podemos, fue paradójicamente una fortuna para la viabilidad del movimiento. Sobrevivían su decisivo apoyo político y económico del pasado inmediato, la referencia y los contactos para seguir utilizando la legitimación revolucionaria procedente de América Latina, sin los costes que hubiese supuesto una vinculación total con una experiencia política dictatorial en lo político y absolutamente fracasada en el orden económico. Y quedaba el campo abierto para una amplia maniobra de captación de proyectos diversos, conjugados en su eficacia para el objetivo de conquistar el poder, justamente para eliminar el orden político vigente.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">De cara a las elecciones de 2014, el reciente modelo del Movimiento 5 Estrellas, en plena etapa de ascenso, proporcionaba un instrumental nuevo, en las palabras y en las formas: los partidos dominantes, descalificados bajo la etiqueta de “la casta”; el llamamiento populista que evitaba la dureza trasnochada de la lucha de clases con la invocación de una política para “la gente”; la fórmula asociativa tomada de los “círculos” de seguidores de Beppe Grillo; la adopción de técnicas revolucionarias en el campo digital y de las comunicaciones, que desbordaban los usos tradicionales de los viejos partidos y ofrecían la impresión de una nueva democracia (para, en definitiva, enmascarar mejor la orientación caudillista).</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nada más moderno que la utilización a fondo de las redes sociales. Lo explicó Errejón a El Mundo tras el éxito electoral de mayo de 2014. Podemos tuvo más de 250.000 seguidores en Facebook, frente a los 44.000 del PP y los 61.000 del PSOE, y la situación se repite en Twitter, donde los seguidores de Pablo Iglesias multiplicaron por once a los de PP y PSOE. El millón y cuarto de votos entonces recibidos, con los cinco eurodiputados, fue el fruto de esta operación, más el complemento en la regularidad del voto por provincias, signo de que Podemos llamaba con éxito a la puerta de una franja importante de la sociedad española, realmente “indignada” con el sistema.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">También moderno, aunque menos innovador, ya que existía el precedente de Berlusconi, fue el recurso a la videocracia, al establecimiento de una imagen atractiva y dominante del líder gracias a su aparición recurrente en las pantallas televisivas, cuando por fin se produjo el salto de La Tuerka a la Sexta (y con otros líderes, como Errejón, invitados a distintas televisiones para atender la demanda de un público ávido de saber quiénes eran estos jóvenes universitarios que venían a renovar el agua de la charca política). Es un tema sobre el cual insistió ampliamente Pablo Iglesias en su artículo y en su entrevista publicados por la New Left Review en 2015. No en vano las papeletas de las europeas llevaron su imagen, y no las siglas habituales de cualquier partido.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Entraba en juego, asimismo, otro recurso ligado a la revolución digital, la aparente sustitución de la democracia representativa por la verdadera democracia directa, basada en el ejercicio del voto proxy por medio electrónico y sin presencia física. En Italia, el Movimiento 5 Estrellas ha mantenido una lealtad a la promesa de partida, con reiteradas consultas sobre problemas sustanciales. En España, la recurrente manipulación de las preguntas desde la dirección, sin posibilidad de debate previo al voto, acabaron convirtiéndolo en una máscara del monopolio de decisiones ejercido desde la cúpula, léase Pablo Iglesias. Podía este utilizarlo para colar su acceso a la casta con el chalet de Galapagar, nunca para ejercer un posible contraste a sus grandes decisiones, que fuera precedido de un previo en la red. El “centralismo cibercrático”, término acuñado por la socióloga Rosanna de Rosa para el Movimiento 5 Estrellas, se traduce aquí en un revestimiento informático de la fórmula leninista profesada por Pablo Iglesias.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El asalto al cielo, con la premisa de un sorpasso al psoe, pareció dibujarse al mismo tiempo que el voto a los partidos de “la casta” caía hasta el 50 % en 2015, mientras había superado el 80 % en 2011. La eficacia de Iglesias como orador y la novedad de la oferta política hicieron que cientos de miles de ciudadanos atendieran a la convocatoria de Podemos. Iglesias supo percibir la importancia de pescar en los caladeros de malestar social creados por la crisis y los ajustes económicos, y convocó con éxito a los afectados por la pérdida de poder adquisitivo, los desahucios y el paro. Sin olvidar a los partidarios de abrirse a las reivindicaciones nacionalistas en Cataluña y Euskadi, aprobando la autodeterminación pero sin incurrir en un independentismo radical. Era un partido de masas, formado por la agregación de segmentos de malestar social (y también de voluntad de cambio).</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En las elecciones generales de diciembre de 2015 la evolución ascendente pareció confirmar las expectativas optimistas, con 69 diputados y un 20% de votos, gracias a la aportación de coaliciones autonómicas, si bien las sucesivas de 2016, a pesar de la coalición con Izquierda Unida, apenas registraron una subida hasta 71 diputados. Empezó el reflujo, observable en las dos elecciones de 2019, compensado por la entrada en el gobierno de coalición PSOE-UP de enero de 2020. Finalmente la caída fue irreversible, a partir de la dimisión de Pablo Iglesias como vicepresidente de gobierno en mayo de 2021, hasta el desastre en mayo de 2023. Es una historia de sobra conocida que no tendría sentido repetir aquí.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>EL ECLIPSE</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La frustración de las expectativas iniciales contó sin duda, pero sobre todo cuando la evolución ascendente se cortó y puso al descubierto la contradicción de fondo entre el movimiento en mancha de aceite, de captación de grupos de izquierda con aspiraciones diferenciadas, confiados en mantener su autonomía de decisión, y la contracorriente centrípeta derivada del liderazgo único de Pablo Iglesias. La propia desintegración del grupo promotor indicó que el “leninismo” de Iglesias sería amable en el sentido que elogiaba su amigo Monedero, pero resultaba inexorable cuando entraban en juego las opciones políticas de primera importancia. De ahí los abandonos escalonados, la creciente desconfianza y, finalmente, la fragmentación y el fracaso electoral que acabaron caracterizando a Unidas Podemos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ignacio Varela ha ofrecido en El Confidencial una explicación del fracaso de Pablo Iglesias en el asalto fallido al cielo del poder, a pesar de que su planteamiento estratégico haya sido acertado. El “teorema de Pablo Iglesias” unía dos ideas. La primera, que “la alianza estable de las formaciones de izquierda de ámbito nacional con todos los partidos nacionalistas de vocación disgregadora” proporcionaba una suma de votos imbatible, siempre que se estableciera “un cordón sanitario sobre la derecha democrática” (para lo cual Vox fue una bendición). Añadiríamos que ese afortunado planteamiento requería –y requiere– un maniqueísmo extremo, la satanización del conjunto de la derecha, para mantener en pie la coalición heterogénea de gobierno, lo que puede llamarse “un país de enemigos”. La segunda, que una vez formada la alianza, la orientación antisistémica acabaría determinando la orientación, léase degradación, de la política propia del componente central, el Partido Socialista.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Desde el punto de vista de la prioridad otorgada por Pablo Iglesias primero a la erosión y, más tarde, a la destrucción del “régimen del 78”, tal perspectiva se encuentra en vías de realización, gracias a la importancia decisiva que el azar de unas elecciones ha otorgado a los partidos independentistas. Ocurre, sin embargo, que la deriva populista del bloque, que Podemos hubiera debido encabezar, en la visión de Iglesias, ha sido asumida por Pedro Sánchez, lo mismo que su premisa de satanización de la derecha, por lo cual ha sido él quien quedó desplazado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Solo existe el recurso de que en medio de su confusa acción en el gobierno, cargada eso sí de ambición personal, Yolanda Díaz convierta a su arca de Noé en un instrumento político que enlace con la función desestabilizadora que Iglesias pensó para Podemos. En cuanto al caudillo del movimiento izquierdista, con su inexplicable apartamiento del gobierno, en mayo de 2021, parece haber llegado al final de sus expectativas políticas. Parece.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A fin de cuentas, la trayectoria política de Pablo Iglesias recuerda la de aquel pez depredador de El submarino amarillo de los Beatles, que va devorando uno tras otro a los pobladores del mar de los monstruos y acaba devorándose a sí mismo. Lo que ya no resulta evitable es la polución por él introducida en el agua, y tampoco elimina el riesgo de que, como en el caso de las lagartijas, tenga lugar una regeneración.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Los últimos movimientos de Yolanda Díaz, el regreso a primera fila de Errejón y salidas de demagogia pura y dura, como la de proponer la devolución del tesoro de los Quimbayas del Museo de América, apuntan a que el monstruo renacido ya está ahí. Nada tiene de extraño que su primera actuación consistiera en devorar, no sin dificultades, los restos del monstruo que lo engendró. ~</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">Antonio Elorza es ensayista, historiador y catedrático de Ciencia Política de la Universidad Complutense de Madrid. Su libro más reciente es 'Un juego de tronos castizo. Godoy y Napoleón: una agónica lucha por el poder' (Alianza Editorial, 2023).</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-47705790046375237632024-03-28T10:59:00.002-03:002024-03-28T10:59:31.275-03:00Curzio Malaparte e as novas técnicas de golpe de Estado na Espanha<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO884AoIoFG-2-hofmsllPzkkZi6aE8raXlK0oOWtSriA-N9-36lTQfrSC64PD8AdRYXPOrpOMF607FH_7AcAsC3VEg8ccYG0jTi_xodo5ulJcP6Is5NqewogkQPMfOztT70CHxH5qmnbue_lvbWt8DnxpsGfw0ET7esQvz3rr3byje42by0Wrew/s275/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO884AoIoFG-2-hofmsllPzkkZi6aE8raXlK0oOWtSriA-N9-36lTQfrSC64PD8AdRYXPOrpOMF607FH_7AcAsC3VEg8ccYG0jTi_xodo5ulJcP6Is5NqewogkQPMfOztT70CHxH5qmnbue_lvbWt8DnxpsGfw0ET7esQvz3rr3byje42by0Wrew/w640-h426/download.jpg" width="640" /></a></div><br />Un importante número de legisladores, juristas, políticos de la oposición, analistas, comunicadores y periodistas, dan por hecho que hoy vivimos en un tipo de golpe. José Papparelli para <a href="https://disidentia.com/malaparte-sanchez-y-las-nuevas-tecnicas-de-golpe-de-estado/">Disidentia:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La historia ha puesto de manifiesto en innumerables ocasiones como fuerzas contrarias a principios morales y éticos elementales se han hecho con el poder absoluto por la fuerza, en mayor o en menor grado. No es extraño, sino todo lo contrario, que en nombre de la democracia y amparándose en la legitimidad del Estado moderno, se pueda acabar con la legalidad y las libertades.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Hoy es posible dar un golpe de Estado -incluso sin sufrir una situación extremadamente crítica o sin el apoyo en teoría suficiente y necesario- y que sea asumido por gran parte de la población. Para ello solo es necesario que un grupo o partido político, enmascarando con una pátina de normalidad el marco de lo cotidiano, controle los resortes claves de la maquinaria estatal para tomar el poder. De esta manera incluso pueden lograrse los objetivos golpistas casi sin confrontar, de forma abierta o de manera violenta, con ninguna fuerza que realmente oponga resistencia. En el actual mundo global e interconectado, es suficiente con concentrar las fuerzas golpistas disponibles y avanzar sobre los puntos más delicados del Estado de derecho, es decir, en los intersticios débiles de las instituciones democráticas, para conseguir hacerse con el gobierno o cambiar un régimen de libertades por otro de corte antidemocrático.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ya no es imprescindible, como en el pasado siglo XX, dar un golpe de Estado al estilo del ejército sublevado, con tanques en la calle, bombardeando a discreción sobre el Palacio presidencial o reprimiendo físicamente a los opositores. Tampoco es necesario apelar al golpe en versión de revolución armada encabezada por un partido de vanguardia, a la subversión terrorista, a una larga marcha guerrillera o al caos provocado por la presión o el chantaje de un iluminado que proclame abiertamente una dictadura. Hoy un golpe de Estado puede tener otras maneras mucho más suaves, ser casi invisible, darlo en plazos, por etapas, en un proceso a distintas velocidades a lo largo del tiempo y que acabe socavando la legalidad. Cuando se usa un Estado que, conserva nominalmente las formas democráticas pero persigue a la oposición, acalla la disidencia o atemoriza a la ciudadanía, nos encontramos en realidad en la primera fase de un régimen despótico y liberticida.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El 1931 el italiano Curzio Malaparte escribió en su libro titulado Técnicas de golpe de Estado:</span></i></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Aunque me proponga mostrar cómo se apodera uno de un Estado moderno y cómo se le defiende, y aunque éste sea, en cierto sentido, el mismo tema que trató Maquiavelo, este libro está lejos de ser una imitación, por moderna que fuera, es decir, por poco maquiavelica que fuera, de El Príncipe (…). Puede parecer, al principio, que la historia política de los diez últimos años se confunde con la de las aplicaciones del Tratado de Versalles, de las consecuencias económicas de la guerra, del esfuerzo de los Gobiernos para asegurar la paz europea. Y, sin embargo, su verdadera explicación es bien distinta: se encuentra en la lucha entablada entre los defensores del principio de la libertad y de la democracia, es decir, los defensores del Estado parlamentario y sus adversarios.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Las actitudes de los partidos no son otra cosa más que aspectos políticos de esa lucha. Si se quiere comprender la significación de muchos acontecimientos de estos últimos años, si se desea prever la evolución de la situación interior de varios Estados europeos, desde ese punto de vista, y sólo desde él, hay que considerar esas actitudes. En casi todos los países, al lado de los partidos que manifiestan su decisión de defender el Estado parlamentario de practicar una política de equilibrio interior, es decir, libertad y democrática (son éstos los conservadores de todos los matices, desde los liberales de la derecha hasta los socialistas de la izquierda), hay partidos que plantean el problema del Estado en el terreno revolucionario: son los partidos de extrema derecha y de extrema izquierda”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Malaparte, hace casi un siglo, protagonista en esos años convulsos de la Europa de entreguerras, dejó en claro quienes están por un Estado parlamentario (desde conservadores a socialdemócratas) y quienes no (extremistas de derecha e izquierda). Describe a estos últimos, llamándolos “catilinarios” o golpistas:</span></i></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Son los idólatras del Estado, los partidarios de un Estado absoluto. En un Estado centralizador, autoritario, antiliberal, antidemocrático es donde ven la única garantía de orden y de libertad, el único dique contra el peligro comunista. ‘Todo en el Estado; nada fuera del Estado, nada contra el Estado’, afirma Mussolini. Los catilinarios de la izquierda apuntan a la conquista del Estado para instaurar la dictadura de los obreros y de los campesinos. ‘Allí donde hay libertad, no hay Estado’, afirma Lenin. El ejemplo de Mussolini y el de Lenin influyen considerablemente en los aspectos y en el desarrollo de la lucha entre los catilinarios de derecha y de izquierda y los defensores del Estado liberal y democrático”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Las palabras de Malaparte encajan perfectamente para describir al actual gobierno español como idólatra del Estado. Todo controlado por el Estado y con un poder cada vez más centralizado en sus manos que, sin embargo, tiene como hoja de ruta la balcanización y la división entre españoles con sus acuerdos y pactos de gobierno con secesionistas y extremistas de izquierdas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Curiosamente España es el único país de la Unión europea que concentra en un solo hombre el ámbito de los tres poderes: el Ministerio de la Presidencia, Justicia y Relaciones con las Cortes del Gobierno de España (así reza oficialmente el cargo). Es decir, un diputado, miembro del Poder Ejecutivo, es ministro de Justicia también con competencias específicas en el Poder Legislativo. Esta situación, evidentemente es una anomalía con visos autoritarios en cualquier Estado de derecho, así como la paulatina colonización partidaria por parte del Ejecutivo en la Justicia. Una muestra de ello es la presencia de ex ministros socialistas en el Tribunal Constitucional, los vínculos políticos con el oficialismo del Fiscal General del Estado así como los del Letrado Mayor de las Cortes.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ya desde el pasado año se habla abiertamente de golpe de Estado en España. Un importante número de legisladores, juristas, políticos de la oposición, analistas, comunicadores y periodistas, dan por hecho que hoy vivimos en un tipo de golpe. En realidad, así se lo percibe desde la agudización del proceso secesionista catalán de 2017 con la efímera declaración de independencia y la consecuente ruptura del orden constitucional, con la intención de socavar la integridad territorial de la nación. Con la actual política impulsada por el gobierno con los indultos a los separatistas juzgados y condenados por la Justicia, la rebaja del delito de malversación, la derogación del delito de sedición y ahora, con la aprobación de la ley de amnistía para todos los involucrados en el proceso secesionista de todos los crímenes cometidos – inclusive el de terrorismo y traición-, se puede interpretar y definir con argumentos suficientes a la actual situación como de golpe de Estado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En este contexto, es el propio poder político el que opta por la quiebra del Estado de derecho saltándose la observancia de la Constitución, solo para conseguir la investidura de gobierno. Los secesionistas, que tienen como finalidad acabar con la integridad territorial de la nación y la legalidad constitucional, son la pieza clave en el sostén del gobierno nacional. Difícilmente pueda encontrarse un acto inmoral, fraudulento y de corrupción tan grave como este en la historia democrática de España y Europa.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La “Ley Orgánica de amnistía para la normalización institucional, política y social en Cataluña”, aprobada en Diputados, pasó al Senado para su tramitación. Santiago Abascal, presidente de Vox, celebró el informe de los letrados del Senado sobre la ley, en el que aseguran que es inconstitucional, pero que de todos modos se debe tramitar en la Cámara Alta. Según los letrados del Senado “los vicios de inconstitucionalidad no podrían depurarse en esta fase ni en ninguna otra, pues supone una invasión del contenido esencial de varios derechos fundamentales y de la separación de poderes, que son las dos notas características del concepto de constitución”. Según Abascal, “también confirman el golpe a la Constitución que está dando este presidente corrupto”, refiriéndose a Pedro Sánchez, y agregó, que su partido “tendrá que hacer un esfuerzo muy grande para advertir a los españoles, voten lo que voten, que nos jugamos el Estado de derecho frente a un autócrata que lo está vendiendo de saldo para evitar el banquillo”. El tratamiento de la ley en el Senado también puede acabar en la posibilidad de un conflicto institucional.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Al mismo tiempo, la portavoz del Grupo Parlamentario Popular, Alicia García, anunció que su partido pedirá formalmente al Congreso de los Diputados la retirada de la proposición de ley de amnistía, “por tratarse de una reforma encubierta de la Constitución” y agregó que “la Comisión de Venecia no avala su amnistía. Los letrados del Senado dicen que la amnistía es inconstitucional en un informe demoledor y ustedes tienen en contra a todos: al Estado de Derecho europeo y español, a la Constitución, a la legalidad, y a la inmensa mayoría de los españoles. A todos, menos a uno. La amnistía de Sánchez es ilegal, ilegítima e inmoral” y denunció que “están perpetuando el mayor caso de corrupción en la historia reciente de España”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Sin embargo, sorprendentemente ante la evidencia y los testimonios, el dialogo entre los dos partidos de la oposición está roto y ambos carecen de la voluntad suficiente para acordar una estrategia conjunta frente a la quiebra del Estado de derecho. ¿Si la situación es tan grave, por qué sucede esto? Si como afirma la oposición estamos viviendo una anomalía democrática, con un golpe de estado en marcha ¿cómo es posible que quienes lo denuncian se queden en la retórica y poco más sin acciones en común que se opongan y enfrenten al desastre? Si vivimos en un estado de emergencia con la perdida de libertades democráticas y de la igualdad ante la ley, si el Estado de derecho y la separación de poderes están tocados de muerte por el nuevo régimen ilegítimo, entonces ¿por qué no se toman acciones acordes a la gravedad de la situación? Las fuerzas políticas de la oposición, con la responsabilidad que ello conlleva, parecen incapaces de calibrar la gravedad de la situación.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Tal vez uno de los motivos de esta situación endiablada sea que a lo largo de décadas, una casta política forjada al calor de las prebendas del Estado fue colonizando las instituciones democráticas convirtiéndolas en un inaccesible coto privado en beneficio personal. Con el correr del tiempo, los gestores del poder le han perdido el respeto a la ciudadanía. Un síntoma de esto -entre otros- es lo que puede verse en las sesiones de control al gobierno, que se han convertido en un espectáculo bochornoso, zafio y sin sentido. Ninguna interpelación es respondida con argumentos, sino solo con evasivas, insultos y falsedades. Tampoco hay consecuencias políticas ni responsabilidades judiciales de ningún tipo ante la inoperancia legislativa e ineptitud de quienes ocupan los escaños del Congreso.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Otro de los factores tal vez sea que los partidos políticos se han convertido en oficinas de colocación para los suyos, donde recalan mediocres, oportunistas e inútiles, incapaces de ganarse la vida en el ámbito de la actividad privada. La política los ha acogido y los ha insertado en las instituciones del Estado. Es comprensible que, como resultado de esta situación, se genere apatía, desidia y desilusión en gran parte de los españoles. Esa clase de políticos devenidos en casta han conseguido que la gente rechace y desprecie todo lo relacionado con la gestión publica, con la política como concepto de bien común, e incluso, mucho mas grave aún, que terminen despreciando la democracia y las libertades.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En la actualidad, la oposición al régimen sanchista está descolocada, obcecada e incluso neutralizada. Unos creen ver la continuidad de una realidad ya inexistente, como la de un PSOE democrático con el cual dialogar y llegar a acuerdos en el marco bipartidista del reparto del poder. Los otros, se proclaman como los únicos salvadores de la patria, sin reconocer que la merma importante tanto en lo electoral como en la confianza de votantes y simpatizantes, tal vez, se deba a una suma de errores propios y no solo al ninguneo, la incomprensión o la manipulación mediática a la que apelan. La crítica interna y la discusión de ideas están ausentes en ambos casos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En esta situación cainita en el área del centroderecha, sin un acercamiento ni acuerdos de mínimos por convicción o incluso necesidad, interés o supervivencia, el arco ideológico que va desde las fuerzas conservadores a liberales estará condenado al ostracismo. Lo peor de esto es que millones de españoles han quedado o quedarán huérfanos y desilusionados políticamente -algo difícil de revertir- por la mezquindad y el tacticismo suicida de una dirigencia desconectada de su base electoral. Es peligroso jugar con la esperanza y la ilusión de la militancia, votantes y simpatizantes, ya que en algún momento quien defrauda la confianza finalmente lo paga y el precio en este caso puede ser muy alto.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En este contexto, se percibe que cuando la mentira permite prosperar en política, los hechos, como consecuencia de ello, son un fraude moral que parece no tener consecuencias. Quienes denuncian el golpe, en los hechos no parecen estar del todo convencidos de ello por sus acciones. Tanto unos como otros, por acción, error u omisión siguen alejando a los ciudadanos de los asuntos políticos con mayúsculas. Lo que también es evidente es que el actual gobierno español está en manos de esos idólatras del Estado a los que se refería Curzio Malaparte. Si hoy viviese el italiano, el llamado sanchismo y el caso español, sin duda, tendría un destacado capítulo en su libro.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-24943076754604860712024-03-28T10:33:00.004-03:002024-03-28T10:33:44.461-03:00A morte do jornalismo<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6YYeNhUiAYhcBvYAR5YEEbYRcY_qO9RU_Ekx7W9k5m12RI3BmQBDlT3pqZhPOeJ8FJQjNH0n0xgYiRuQceijYhblKZHcLsgOtBNIGg7Xydrkuh31zi3hSXN0O56kB0dV4fXwwE8JccG3Xs660o7iB2ucN49P4pcm2T7iDzU6q19nq0viglA-s2Q/s1200/bank-phrom-Tzm3Oyu_6sk-unsplash-1.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6YYeNhUiAYhcBvYAR5YEEbYRcY_qO9RU_Ekx7W9k5m12RI3BmQBDlT3pqZhPOeJ8FJQjNH0n0xgYiRuQceijYhblKZHcLsgOtBNIGg7Xydrkuh31zi3hSXN0O56kB0dV4fXwwE8JccG3Xs660o7iB2ucN49P4pcm2T7iDzU6q19nq0viglA-s2Q/w640-h360/bank-phrom-Tzm3Oyu_6sk-unsplash-1.webp" width="640" /></a></div><br />Teodoro León Gross lleva a cabo una disección implacable del periodismo en la actualidad, casi más en el ataúd que en la mesa de operaciones. José Antonio Montano para <a href="https://theobjective.com/elsubjetivo/opinion/2024-03-28/la-muerte-del-periodismo/">The Objective:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Entre los estudiantes de Periodismo (yo lo fui un par de cursos, en la Complutense) eran objeto de displicencia los profesores que enseñaban para los periódicos sin haber trabajado en los periódicos. No es el caso de Teodoro León Gross, profesor en la Universidad de Málaga, pero periodista desde mucho antes, y durante y después. Tenemos la misma edad (somos del 66) y por eso recibí con toda nitidez el espectáculo de su brillantez precoz. Con veintipocos años, a finales de los ochenta, cuando yo me hallaba envuelto en mis romas brumas pessoanas (entre las que sigo en buena parte), él ya era colaborador fijo en Diario 16 con artículos de un nivel que no alcanzaban los mayores (recuerdo uno en que citaba a Herder) y una insolente frescura (recuerdo otro en que describía cómo golpeteaba con el trote la melenita de Chano, futbolista del Málaga). En la foto de su columna se parecía a David Leavitt, cuando este era lo más.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghORzzN3ptw68bvQ5HS9tP9A2YdWi0mmJ3lAz4cQ23jd43CdsIuWqqQABZLnsO5JBk5jzY9uaiuxfjPBSaDRLJIcmcaQGddORrWBWsMN9sj8-1WZYRRtZbTcpPRzH26Dsqe-EAnJ7QOkP85_m3c7BiyJ0pebkKJxGpNQ4dK78bu6adIziUahz3yA/s466/81VAs6xXSwL._SY466_.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="312" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghORzzN3ptw68bvQ5HS9tP9A2YdWi0mmJ3lAz4cQ23jd43CdsIuWqqQABZLnsO5JBk5jzY9uaiuxfjPBSaDRLJIcmcaQGddORrWBWsMN9sj8-1WZYRRtZbTcpPRzH26Dsqe-EAnJ7QOkP85_m3c7BiyJ0pebkKJxGpNQ4dK78bu6adIziUahz3yA/s320/81VAs6xXSwL._SY466_.webp" width="214" /></a></div><br />Pasados más de tres decenios, su trayectoria ha sido extensísima en prensa, radio y televisión. Por concretar solo la primera, ha escrito entre otros, además de para aquel Diario 16, para los diarios del grupo Vocento y el grupo Joly, El País, El Mundo, <a href="https://theobjective.com/">THE OBJECTIVE</a> y actualmente el Abc; en la radio colabora hoy en Herrera en Cope y en televisión dirige y presenta en Canal Sur Mesa de análisis. Ahora ha juntado esta experiencia tan completa con su potencial académico y ha escrito un libro apabullante, La muerte del periodismo (Deusto), que se ha puesto convenientemente a la venta en esta Semana Santa. León Gross lleva a cabo una disección implacable del periodismo en la actualidad, casi más en el ataúd que en la mesa de operaciones, con la que hacer un duelo lúcido en estos días fúnebres. Si al periodismo le aguarda una resurrección no lo sabemos, pero sí sabemos que para ella serían imprescindibles las lecciones contenidas en este libro.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Con el rigor y la erudición de un estudio académico (tiene empaque de tesis doctoral) y la agilidad vibrante del artículo de prensa, La muerte del periodismo analiza la crisis del otrora llamado cuarto poder, relacionándolo con el estado de nuestra democracia. El subtítulo, Cómo una política sin contrapoder degrada la democracia, indica que las dos cosas van juntas: el poder político sin el contrapoder de la prensa se adentra en turbias derivas autócratas. El autor está atento al mundo y se ha leído todos los ensayos relevantes de los últimos años, y entrelaza sus observaciones con sus lecturas para ofrecer un panorama candente que nos pone al día.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Los múltiples ejemplos extraídos de la prensa que puntean las páginas de La muerte del periodismo funcionan además como una historia político-mediática de los últimos 16 años: la crisis del periodismo podría fecharse en la crisis económica de 2008, en que los medios empezaron a no poder autofinanciarse, quedando debilitados y casi a expensas del poder político. Esto, unido a la revolución tecnológica, que ha alterado el funcionamiento del oficio y el negocio, y el sometimiento a las redes sociales, a cuyas dinámicas abaratadoras y sensacionalistas se han rendido en buena medida los medios, así como al desprestigio de la verdad y el imperio de las fake news (o noticias falseadas), han dejado al periodismo en su actual postración.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">En realidad, como desmenuza convincentemente León Gross, tales defectos del periodismo no son nuevos: no hay edad de oro. Si acaso, ahora se han incrementado. La gran novedad, concluye el autor, es que el periodismo ha perdido influencia. Es decir, poder: poder para ejercer su contrapoder.</span></i><a href="https://amzn.to/3VBOPAZ"></a><div class="to-store-widget__title" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: url("../img/svg/logo_store_widget.min.svg"); background-origin: initial; background-position: center center; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; box-sizing: border-box; display: inline !important; font-size: 0px; height: 1.5rem; line-height: 0; margin: 0px 0px 1.25rem; width: 3.875rem;">TO Store</div></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-79781079647361317632024-03-28T10:33:00.003-03:002024-03-28T10:33:27.115-03:00Uma mulher de verdade<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG0AfHmjG3a6WyWzKDvAQg4m4mNjvuPMSP5G8Ri8nHIMl7Be6esPzLcReKa7Nf6YTl5bddBDb0nzivXG79qm6KxJ0UGZfQpIgXoiSLtMvRL2sN_V8xsHWNUxxpGKlyEKqERm9HuYwhZBkTAYUvWCrzxjQERIMpaehuQGIrlownDVe1eq6rx3uSfA/s1200/IMG00012-scaled-e1697231542661-1200x675.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="113" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG0AfHmjG3a6WyWzKDvAQg4m4mNjvuPMSP5G8Ri8nHIMl7Be6esPzLcReKa7Nf6YTl5bddBDb0nzivXG79qm6KxJ0UGZfQpIgXoiSLtMvRL2sN_V8xsHWNUxxpGKlyEKqERm9HuYwhZBkTAYUvWCrzxjQERIMpaehuQGIrlownDVe1eq6rx3uSfA/w200-h113/IMG00012-scaled-e1697231542661-1200x675.jpg" width="200" /></a></div><br />Pues bien, reclamen ustedes por ahí nombres de mujeres para enorgullecer al feminismo y quizá el de Maite no esté en los primeros quince o veinte que oigan. Luego lo del feminismo no debe ser tan importante como creen las chicas de El País… Fernando Savater para <a href="https://theobjective.com/elsubjetivo/despierta-y-lee/2024-03-28/maite-pagazaurtundua/">The Objective:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Uno de los males que aquejan al <a href="https://theobjective.com/etiqueta/feminismo/">feminismo</a> actual es que con demasiada frecuencia sus ejemplares más vocingleras, empoderadas y canoras son unas risibles petardas que parecen diseñadas por un maligno genio machista para denigrar a esa cofradía. Incluso los que creemos desde pequeños por el ejemplo maternal que las mujeres no sólo son iguales a los varones en todo lo que cuenta sino bastante mejores, podemos replantearnos nuestra fe al ver revolotear chillando a las yolis y memas que oscurecen el sol. ¿Será posible? ¿Me habré equivocado? Por suerte siempre aparece una mujer de verdad, de cuerpo entero, íntegra, lista, y valiente (sin coraje no hay virtudes, sólo florituras) para recordarnos lo que admiramos en ellas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">He tenido la suerte de conocer e incluso amar a las suficientes que son así como para que mi fe no decaiga. Una de las más distinguidas, exquisitas y contundentes es Maite Pagazaurtundua. Maite es de lo que no hay (¿o de lo que ya no hay?): como ella he conocido a muy poquitas y mejor ninguna. Pues bien, reclamen ustedes por ahí nombres de mujeres para enorgullecer al feminismo y quizá el de Maite no esté en los primeros quince o veinte que oigan. Luego lo del feminismo no debe ser tan importante como creen las chicas de El País…</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Después de casi treinta años de servicio político a España y a Europa, <a href="https://theobjective.com/espana/politica/2024-03-25/pagaza-politica-europeas/">Maite Pagaza abandona la trinchera</a> y se retira a escribir, a recordar, a vivir para ella y los más suyos. ¿Quién puede negar que se ha ganado gloriosamente ese derecho? Y sin embargo me queda la duda de qué hubiera ocurrido si le hubiesen ofrecido un buen puesto en una lista conveniente para las elecciones europeas. O si un responsable con la debida autoridad hubiera intentado convencerla empleando la elocuencia que sus méritos merecen. ¿Acaso alguien ha hecho mejor tarea que ella en Europa, denunciando el terrorismo y el desamparo político de las víctimas, el infame arrinconamiento en Cataluña de la lengua propia de la mayoría de los catalanes, el atropello al derecho que es la <a href="https://theobjective.com/etiqueta/amnistia/">ley de amnistía</a>, la denuncia de las injerencias de Putin en nuestros países, etc…?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Puede que la voluntad de retirarse ya de nuestra Pagaza haya sido desde el principio irreversible, pero ¿dónde estuvieron la alarma y los esfuerzos denodados por disuadirla de quienes comprenden el activo que vamos a perder? El bostezante PP, que a punto ha estado de quedarse sin Alejandro Fernández por tiquismiquis de abulia, ¿no ha tenido ocasión de intentar algo para no dejar irse a Maite? Porque aunque nadie es indispensable (sobre todo en el PP) y Dolors Montserrat sea sin duda también de lo que no hay, repescar a la Pagaza hubiera convencido a los más escépticos de que existe vida inteligente en Génova. En fin, alea iacta est. Gracias por tanto como nos has dado, insobornable y modesta txapeldun. Ha sido un gran honor cabalgar a tu lado en tantas batallas…</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-16276754315635236482024-03-28T10:19:00.001-03:002024-03-28T10:19:27.735-03:00Deputados ansiosos para enfrentar o Supremo<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1L7TRRbmi2Ozg5GGM4Od4-yBgklv6F1W89tIhJD0IHe9Jp05VgWkz0RnyunyqWXBXh6KbYnIkKcj0rsfCNdFn5o-MFtR5NG0bc3FYcl-7qqOZz5fLKOaI3Yk9ukBYbLx4bl90wflPTHVbbXJwMjkqauYyM5Qa2BlhJgVZzlEZg3ovZF-vXaPdEA/s202/th.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="202" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1L7TRRbmi2Ozg5GGM4Od4-yBgklv6F1W89tIhJD0IHe9Jp05VgWkz0RnyunyqWXBXh6KbYnIkKcj0rsfCNdFn5o-MFtR5NG0bc3FYcl-7qqOZz5fLKOaI3Yk9ukBYbLx4bl90wflPTHVbbXJwMjkqauYyM5Qa2BlhJgVZzlEZg3ovZF-vXaPdEA/s1600/th.jpg" width="202" /></a></div><br />Os deputados federais estão ansiosos para demarcar território diante do Supremo, ainda mais agora que a pesquisa de opinião do Datafolha mostrou uma melhoria na avaliação do trabalho dos parlamentares. <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/merval-pereira/coluna/2024/03/poderes-em-disputa.ghtml">Merval Pereira:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Vivemos uma situação esdrúxula, em que os Poderes se digladiam para marcar posição, interferindo em processos delicados como o do assassinato da vereadora Marielle Franco. A Câmara dos Deputados adia a análise da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão à espera de entender para que lado o vento sopra, torcendo para que dados novos possam dar elementos para contestar as acusações do relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) — leia-se Alexandre de Moraes — baseado nas investigações da Polícia Federal, com poucas provas e muitas ilações e indícios.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os deputados federais estão ansiosos para demarcar território diante do Supremo, ainda mais agora que a pesquisa de opinião do Datafolha mostrou uma melhoria na avaliação do trabalho dos parlamentares. Estão convencidos de que o enfrentamento com o Supremo os beneficia. Ao mesmo tempo, temem aparecer diante da opinião pública como defensores de milicianos e assassinos de aluguel.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Como o caso em pauta é dos mais delicados, precisam ter certeza de que não assumirão o corporativismo numa luta política inglória. O mais provável é que aceitem a decisão do Supremo. De qualquer maneira, o adiamento da decisão já foi uma reação, pois o STF estimava que a prisão fosse aprovada rapidamente.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por seu lado, a Polícia Federal espera que a apreensão de celulares e computadores na casa dos suspeitos leve às provas factuais que faltam no relatório. Dizem que o inquérito está encerrado e que novas evidências abrirão uma nova etapa da investigação. Mas enfrentam a realidade da dificuldade natural de uma investigação que levou seis anos para ser concluída (?) para encontrar provas antigas que provavelmente já foram destruídas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Era esse exatamente o papel do delegado Rivaldo Barbosa, segundo as apurações da Polícia Federal: segurar a investigação, impedir que fosse adiante, destruir provas. Deu certo durante muito tempo, pode até dar certo até o final, pois nada indica que o final seja feliz. O fato de estar sob jurisdição do Supremo Tribunal Federal leva a crer que o julgamento seguirá o caminho indicado pelo relator, que já obteve apoio dos ministros da Segunda Turma. Agora não se trata mais de decisão monocrática de Alexandre de Moraes, mas uma decisão do Supremo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O procurador-geral da República, Paulo Gonet, não parece inclinado a discordar do teor geral do inquérito. Mas, e se a defesa dos acusados conseguir retirar do Supremo o processo? Durante a semana, os ministros do STF votarão, no plenário virtual, uma redefinição do que seja foro privilegiado. O caso só está no Supremo porque o foro privilegiado de deputado federal de Chiquinho Brazão fez com que os demais acusados fossem atraídos para essa última instância do Judiciário. Há quem especule que o deputado federal da família só foi incluído no processo com este fim: levá-lo para o Supremo, onde o algoritmo sorteou o ministro Alexandre de Moraes para relator.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Mas o caso do assassinato de Marielle Franco aconteceu quando Chiquinho Brazão era vereador, e seu irmão Domingos já era membro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), eleito pela Assembleia Legislativa, onde era deputado estadual. A atual legislação determina que só tem foro privilegiado no Supremo quem cometeu crime na função, e, portanto, a redefinição da abrangência desse instrumento terá influência no caso de Marielle.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A defesa tentará levar o julgamento dos irmãos Brazão para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Chiquinho por ser vereador na época, Domingos por já estar no TCE. O delegado Rivaldo iria a julgamento na primeira instância no Rio. Certamente não é esse o desejo do STF, e seus ministros terão de votar no plenário virtual com um olho na melhor acepção do foro privilegiado, mas também com outro na decisão imediata do caso Marielle.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-46547692829823799302024-03-28T10:10:00.002-03:002024-03-28T10:10:18.213-03:00Racha na esquerda: Maduro compra briga com governos do Brasil e da Colômbia.<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvHcjZMDe_tqqrnkAtjwLiTo2sh2bKkJY2vrBsSEyoTOo3kexFQcAFNMHssLunhRjWn_kWLYCj81jwSYAATpLw-4FKcc3Yp7XtB4joMSOfkxzxKKFxBs-R_PWd-wv1_UZAC_4QGmJaUDc8FbPTtDes3lF4zdwIyqqc9yUJfzmcB70D03vtxDzHyw/s1280/GettyImages-1230014527.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvHcjZMDe_tqqrnkAtjwLiTo2sh2bKkJY2vrBsSEyoTOo3kexFQcAFNMHssLunhRjWn_kWLYCj81jwSYAATpLw-4FKcc3Yp7XtB4joMSOfkxzxKKFxBs-R_PWd-wv1_UZAC_4QGmJaUDc8FbPTtDes3lF4zdwIyqqc9yUJfzmcB70D03vtxDzHyw/w640-h360/GettyImages-1230014527.webp" width="640" /></a></div><br />O tirano venezuelano responde com agressividade a notas cautelosíssimas de “preocupação” - é para valer ou foi tudo combinado? <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/mundialista/racha-na-esquerda-maduro-compra-briga-com-governos-de-brasil-e-colombia/">Vilma Gryzinski:</a></div><div style="font-style: italic; text-align: center;"><br /></div><div style="font-style: italic;"><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nicolás Maduro quer briga. Ou quer parecer que está brigando contra “intervencionistas” vizinhos – justamente os mais amáveis e gentis diante dos abusos que precedem a farsa eleitoral de 28 de julho.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Quem vier opinar e se imiscuir nos assuntos internos da Venezuela receberá sua pancada. Chame-se União Europeia, da direita, a esquerda covarde, pancada pura”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ele também reclamou que ninguém condenou o que apresenta como conspirações e terrorismo da oposição, sua mais recente encenação. “Calam-se os governos de direita, e a esquerda covarde. Não são capazes de condenar os golpes contra a paz e a revolução”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Brasil e Colômbia, através de seus serviços diplomáticos, haviam manifestado “preocupação” depois da proibição da substituta de última hora e xará de María Corina Machado, Corina Yoris, uma professora de filosofia de 80 anos que, obviamente, não tem o carisma da líder oposicionista cassada. Mesmo assim, sua candidatura tampão pela Plataforma Unitária Democrática não pode ser protocolada no sistema.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Perseguir, proscrever e prender potenciais oposicionistas é uma prática consagrada pelo madurismo, mas até pelos padrões absurdamente tolerantes dos governos amigos de <a href="https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/luiz-inacio-lula-da-silva/">Lula</a> da Silva e Gustavo Petro parece que foi demais.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">As declarações de ambos os países, tão cheias de dedos, foram igualmente taxadas de atos de ingerência que parecem “ter sido ditados pelo Departamento de Estado”. Uma acusação ridícula, mas Maduro evidentemente não tem a menor preocupação em evitar esse tipo de característica.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Militar assassinado</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">As investidas contra aliados de esquerda repetem, embora em tom não tão exacerbado, a saraivada de ataques que a Venezuela normalmente faz contra Gabriel Boric, o presidente chileno também proveniente da extrema esquerda, mas pioneiro nas críticas aos abusos de Maduro e companhia. Quando dois colaboradores de María Corina foram presos, o governo Boric manteve a mesma linha e manifestou “firme condenação diante da detenção arbitrária de representantes de partidos políticos de oposição”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em tom muito mais categórico do que o dos diplomatas brasileiros e colombianos, a nota chilena dizia o óbvio: a prisão de oposicionistas “afeta seriamente a realização de eleições presidenciais democráticas, transparentes e livres, com participação plena de todos os candidatos e candidatas, contrariando os Acordos de Barbados endossados pela comunidade internacional”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Maduro obviamente rasga todos os dias os acordos assinados em outubro do ano passado, com suspensão de sanções dos Estados Unidos em troca de compromissos como a realização de eleições legítimas.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O Chile tem um problema adicional: lidar com o sequestro, assassinato por asfixia e ocultação do corpo numa mala enterrada sob laje de concreto de Ronald Ojeda, um ex-militar venezuelano que conseguiu fugir da cadeia e pedir asilo político no país. O sequestro foi filmado por câmeras de segurança e atribuído a delinquentes do Trem de Arágua (ou bonde, como se diria no Brasil), uma grande organização criminosa da Venezuela. O crime espalhou medo entre asilados venezuelanos, inclusive no Brasil.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>‘Jogo dos americanos’</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">As esquerdas tradicionalmente têm enorme dificuldade para fazer autocrítica e, na América Latina, são contaminadas pelo antiamericanismo infantil. Acham, no caso dos que são dominados pela doutrina e não pelos princípios, que criticar a Venezuela é fazer o “jogo dos americanos”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na verdade, é o oposto: a existência de um regime como o venezuelano, que multiplicou a miséria e a imigração em massa, é a melhor propaganda contra a esquerda que existe. Até as pessoas menos interessadas em acontecimentos políticos sabem que a Venezuela é um desastre e não querem ter nada a ver com ele.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Manual do autoritarismo</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Quem acreditou nos Acordos de Barbados passou vexame. Maduro vai ganhar a eleição sem concorrentes reais e dar risada da cara dos aliados a quem chama hoje de capachos dos Estados Unidos. É um show que ele sabe protagonizar muito bem e já está montando outra encenação: mandou arrancar fusíveis e cortar a energia elétrica da embaixada argentina em Caracas, onde seis oposicionistas pediram asilo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Criar inimigos externos é uma das jogadas mais consagradas do manual político do autoritarismo. Ele já tentou fazer isso ameaçando engolir mais da metade do território da Guiana, o chamado Essequibo e pode fazer de novo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Escreveu Héctor Schamis no Infobae: “Maduro tem diante de si a ‘opção Daniel Ortega’, com isolamento total e completa irracionalidade. Ou regressar a 2018, com uma eleição fraudulenta, sem reconhecimento internacional e seguida de uma usurpação do poder, poder que não pode abandonar. Em qualquer um dos dois casos, condenado a viver entre a solidão e o delírio”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Exceto, naturalmente, se os amigos resolverem, como já fizeram tantas vezes, fechar os olhos de novo e continuar tratando Maduro como “um dos nossos”, em vez de se descontaminar de sua proximidade tóxica.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-45454710621923939342024-03-28T09:58:00.002-03:002024-03-28T09:58:22.231-03:00Maduro e Milei não dão muita bola para Lula<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhokMQj40QrZyGVEFZG-AEmfZ7OcX3u-qWbNw_fw9Dk7nl0v6_T_-vYdYy67U-F4UnEHdxLFUpgv1JgLC7Fj2HasaHbNhZqXcR9mdcyrsuWq5mdsOIC5sIiGh3wpbGINPusBOpbuwN8_a4EHuPa06t2Ep249DBN7S05DWnL4mXkplBBzGwEvL_Pkg/s1200/BM4LQIJQ4NACFLLWDLYN2CK3N4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="674" data-original-width="1200" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhokMQj40QrZyGVEFZG-AEmfZ7OcX3u-qWbNw_fw9Dk7nl0v6_T_-vYdYy67U-F4UnEHdxLFUpgv1JgLC7Fj2HasaHbNhZqXcR9mdcyrsuWq5mdsOIC5sIiGh3wpbGINPusBOpbuwN8_a4EHuPa06t2Ep249DBN7S05DWnL4mXkplBBzGwEvL_Pkg/w640-h360/BM4LQIJQ4NACFLLWDLYN2CK3N4.jpg" width="640" /></a></div><br />O que torna a situação muito complicada para o Brasil não é só o fato de exercer nesta parte do planeta muito menos influência do que geografia e economia; Argentina e Venezuela são exemplos da atração que polos opostos na política internacional exercem hoje sobre países de uma mesma região. William Waack:</span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O Brasil tem tido grandes dificuldades em tomar conta e, na medida do possível, conduzir o que acontece no seu entorno imediato. Os problemas surgem pela confusão entre interesse nacional e interesse pessoal do presidente da República, e pelo desrespeito a postulados básicos de política externa.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Tanto em relação à Argentina como Venezuela o governo agiu orientado por afinidades ou antipatias ideológicas, e está perdendo nos dois casos. Nos dois países resolveu “ajudar” forças políticas em contextos nos quais não dispõe de instrumentos efetivos de influência, na esperança de assim obter comportamentos “convenientes” de vizinhos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os resultados até aqui colhidos são evidentes em sua pobreza. Na Argentina o governo brasileiro tem de lidar com um “rival” e o que poderia ser de interesse comum aos dois países está no momento em segundo plano. Na Venezuela um governo “amigo” cria tensão internacional indesejável para o interesse brasileiro, seja por fraudar eleições, seja por cultivar ambições em relação a território de país fronteiriço.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Há uma forte ironia naquilo que une <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/javier-milei/">Javier Milei</a>, o libertário de direita, e <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/nicolas-maduro/">Nicolás Maduro</a>, o ditador de esquerda. Ambos se dão em público ao luxo de eventualmente tratar a pontapés o que diz o governo brasileiro. Não estão sozinhos: há bastante tempo que nenhuma chancelaria na América do Sul perde muito sono com o que se pensa em Brasília.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><a href="https://www.estadao.com.br/internacional/governo-lula-critica-ditadura-maduro-por-vetar-candidata-em-eleicao-mas-mantem-oposicao-a-sancoes-nprei/">O que torna a situação muito complicada para o Brasil</a> não é só o fato de exercer nesta parte do planeta muito menos influência do que geografia e economia sugerem que o País poderia ter (e já teve). Argentina e Venezuela são exemplos da atração que polos opostos na política internacional exercem hoje sobre países de uma mesma região – desafio que o Brasil também enfrenta.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Caricatas ou não, as posturas de Argentina e Venezuela espelham um choque maior entre “aliança pró-Ocidental” versus “eixo das autocracias”. No qual o Brasil está literalmente no meio: depende da exportação para autocratas sobretudo na Ásia e da importação de insumos (de Defesa e tecnologia do agro) das democracias ocidentais. Universo ao qual pertence por história e valores.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Essa noção de delicado equilíbrio é vital para uma potência regional média, como o Brasil, com escassa capacidade de projeção de poder. Como ensinam os clássicos das relações internacionais, a maior “proteção” que um país desse tipo pode alcançar está em alianças regionais que ampliem seu peso relativo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O que pressupõe pensamento estratégico, mobilização eficiente de recursos e, principalmente, direção e sentido dados por elites políticas e econômicas. Em gíria política chama-se isso de “pensar o País”. Estamos longe disso.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-89511269195737386072024-03-27T19:41:00.005-03:002024-03-27T19:41:48.248-03:00Povo nas ruas não é poder de verdade: a dura lição que a direita não quer aprender.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5Jp2vZCnkwT0pcrGZFjZEYO6fZQttH87T-m8H1yW4xdVZjLsSUNH9K8QaeZxl9_f8bfNSNc1ylXtQje1wRpfuOH1sP7LhkEcY_Iei5-4YSt0GgOttFbyCOKiN5mpr25NlVCypZRjOEX3a-3PiaN_85EsKz8YZBI9i2_401eZU38y2zwfw4FM0NQ/s960/imagem_2024-03-23_190117968-960x540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5Jp2vZCnkwT0pcrGZFjZEYO6fZQttH87T-m8H1yW4xdVZjLsSUNH9K8QaeZxl9_f8bfNSNc1ylXtQje1wRpfuOH1sP7LhkEcY_Iei5-4YSt0GgOttFbyCOKiN5mpr25NlVCypZRjOEX3a-3PiaN_85EsKz8YZBI9i2_401eZU38y2zwfw4FM0NQ/w640-h360/imagem_2024-03-23_190117968-960x540.jpg" width="640" /></a></div><br />Os eventos que eu quero comentar hoje são: 1) a irrelevância do fiasco das manifestações antibolsonaristas e 2) o fiasco da primeira tentativa de golpe por pensamento positivo da História. Bruna Frascolla para a <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/bruna-frascolla/povo-nas-ruas-nao-e-poder-de-verdade-a-dura-licao-que-a-direita-nao-quer-aprender/">Gazeta do Povo:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O final de semana foi cheio de acontecimentos políticos complexos e da maior importância. Quanto ao caso Marielle, só espero uma coisa: que Chiquinho Brazão seja ressocializado. Ele tem que fazer artesanato com papel machê e muita terapia para repensar as suas ações. Cadeia não recupera ninguém, e a Mulher Negra Angela Davis diz que as prisões têm que ser abolidas, de modo que, para honrar a memória da Mulher Negra Marielle Franco, ninguém deve ir para essa instituição racista e abominável. Não é?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Mas vamos ao que nos interessa. Sendo este um jornal com público de direita, o que interessa é apontar defeitos na direita. Os eventos que eu quero comentar hoje são: 1) a irrelevância do fiasco das manifestações antibolsonaristas e 2) o fiasco da primeira tentativa de golpe por pensamento positivo da História.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>O fiasco petista nas ruas – e sua irrelevância</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A ala mais tradicional e romântica do petismo (aquela que foi dizimada pela Lava Jato e que teve de aceitar o ingresso maciço de identitários no partido chamando-os de “homens brancos heterossexuais”) convocou manifestações de massa para mostrar à direita que Bolsonaro não é o senhor das ruas. Lula não foi a nenhuma manifestação. Não sabemos se ele fez isso para se resguardar de um eventual fiasco, ou se por não endossar a iniciativa dessa ala. De todo modo, Lula não se empenhou nem um pouco nisso, já que não vimos nenhum grande projeto midiático para levar as pessoas às ruas. A Mynd não deu um pio.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Seguramente, a manifestação foi um fiasco. De 2019 pra cá, até na capital da Bahia o bolsonarismo bota mais gente na rua do que o petismo. Os bolsonaristas vão, naturalmente, inferir uma coisa disso: que as eleições foram fraudadas. O que os petistas mais românticos vão inferir, eu não sei: o que eu, que não sou romântica, infiro, é que “povo na rua”, por si só, é irrelevante.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Gostei do <a href="https://twitter.com/Fa1ryNight/status/1771579480504451153">apontamento </a>feito por uma tuiteira bolsonarista: pelo material divulgado pelo próprio PT, sua manifestação (ao menos em Belo Horizonte) tinha um monte de velhos. Os esquerdistas costumavam desmerecer as manifestações bolsonaristas apontando a grande presença de idosos. Assim, ainda que a proporção varie, ambos os lados acertam ao apontar a idade avançada como uma característica comum entre os manifestantes. Creio que esse romantismo seja, então, um traço característico das gerações que pegaram o Maio de 68 e sua mística.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O PT não tem as ruas; tem instituições. O bolsonarismo não tem nem a mais elementar das instituições da vida política: <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/bruna-frascolla/a-esquerda-tem-partidos-a-direita-tem-uma-turba-de-coachs-e-influencers/?ref=link-interno-materia">um partido.</a> O bolsonarismo bateu o PT em manifestações de rua. Poderá batê-lo também em venda de perfumes e botinas, bem como em audiência de lives. Mas e daí? Pelos critérios dos bolsonaristas, Taylor Switf bem poderia presidir o Brasil, já que junta gente, tem audiência e vende produtos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Golpe por pensamento positivo</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Com as trapalhadas de Cid e as notas que vêm brotando no Metrópoles como cogumelos depois da chuva, o que vem ficando cada vez mais evidente é o caráter caótico do bolsonarismo em todas as suas alas. Por exemplo, eu estive entre aqueles que, em 2018, tinham esperanças de que os olavetes fossem enquadrados e os militares tocassem o governo. No entanto, o caso Santos Cruz fala por si. E a decepção da saída foi constatar que (a julgarmos por <a href="https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/a-tensa-reuniao-secreta-bolsonaro-alexandre-de-moraes">esta nota</a> não-desmentida do Metrópoles) Braga Netto, apesar de velho e general, é da mesma laia de um pirralho olavete.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Vejamos: do lado da direita, qual é o maior absurdo envolvendo a eleição de 2022? Esqueçam o TSE; estou falando da direita. Pois bem: o maior absurdo foi não reconhecer a eleição de Lula como fato consumado e deixar os seguidores ao Deus dará. O então presidente Bolsonaro pegou um avião e se mandou pros EUA para não passar a faixa, largando um monte de abilolado em frente aos quartéis pedindo “intervenção” (ou seja, golpe). Quando se vai tramar um golpe de Estado (ou Revolução, chamem como quiser chamar), convém não fazer isso em público, nem ter uma plateia anunciando-o antes de consumado. Um verdadeiro líder teria o dever moral de mandar os seus seguidores pararem de se expor. Mas Bolsonaro foi comprar cigarros nos States e nunca mais voltou, para a alegria de não poucos oportunistas que faziam a festa pedindo pix.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Por que esse abandono? Segundo uma nota do Metrópoles, porque Bolsonaro ouviu os “ideológicos”. Ciro Nogueira teria arranjado um encontro secreto entre o então presidente e Alexandre de Moraes em dezembro, a fim de que alinhassem um discurso e de que Bolsonaro admitisse a derrota. No entanto, diz a nota, “se o objetivo era distensionar a relação do ministro do STF com Bolsonaro, pode-se dizer que a reunião provocou efeito reverso. Mesmo após a longa conversa, nenhum dos dois recuou e acenou com bandeira branca. […] Bolsonaro, por sinal, não seguiu o conselho de Ciro Nogueira que poderia ter mudado o curso da história. Ainda presidente, ele foi convencido pela ala ideológica de que reconhecer a vitória de Lula desagradaria à [sic] boa parte de seu eleitorado que pleiteava uma intervenção militar. Entre os que foram contra o discurso, estão Braga Netto, Onyx Lorenzoni, Filipe Martins e militares como Mauro Cid.”</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O papel de um líder não é agradar o seu eleitorado. Bolsonaro jamais deveria ter pretendido tornar-se presidente, se é tão ignorante do seu papel.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Outra coisa que se depreende daí (até prova em contrário) é que o golpe foi uma miragem com a qual o Mito iludiu parte do seu eleitorado. Reativo, nunca teve nenhum plano para seu eleitorado além de agradá-lo no curto prazo. Se o seu eleitorado quisesse que ele andasse nu com a mão no bolso, ele ia tentar.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No frigir dos ovos, a intentona direitista de 2023 quis dar o primeiro golpe de Estado por meio de pensamento positivo: bastava ficar sentado defronte do quartel cheio de força de vontade, que em 72 horas tudo estaria resolvido. Vitória cultural do New Thought.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Desinstitucionalização da religião e da sociedade</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A presença de velhos nas passeatas pró e contra Bolsonaro têm, ao meu ver, um marcador geracional: é a turma que fez política sob o signo do Maio de 68 (que já não deixava de ser uma coisa meio New Thought, mesmo, como vimos nesta resenha de Gene Sharp). Lula e Bolsonaro têm os velhos hippies e ex-hippies ao seu lado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O que Bolsonaro tem, e Lula não tem, são as massas de classes médias (da média baixa à média alta) ideologizadas, dispostas a ir à rua para "mudar o mundo". Muito já se falou da importância das redes sociais nesse processo, e creio que o petismo tenha tentado resolver esse problema usando uma agência Mynd ou expedientes similares. Esse esquema tem por alvo jovens consumistas que passam o dia na internet vendo besteira – que é, basicamente, o público-alvo no qual o identitarismo é mais exitoso. Como essa é uma gente muito passiva, produz pouco conteúdo de livre e espontânea vontade, e o resultado é que as redes sociais bolsonaristas acabam sendo mais vibrantes. Enquanto influencer identitário cobra para fazer uma publi no Instagram, o bolsonarista, de livre e espontânea vontade, está fazendo lives sobre os sósias de Lula que o substituíram após a sua morte e ganhando com a monetização do Youtube. (Mas ter apoio desse quilate só é bom na cabeça de quem romantiza as massas na rua.)</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Outro ponto que costuma ser apontado nas massas bolsonaristas é a adesão da miríade de seitas protestantes esdrúxulas que, apesar de ser uma miríade, guarda certa uniformidade ideológica. Vide o sionismo cristão, que foi tão <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/filipe-figueiredo/a-bandeira-de-israel-nas-manifestacoes-e-o-debate-publico-sobre-o-pais/?ref=link-interno-materia">bem ilustrado</a> pelas senhorinhas que diziam apoiar Israel por se tratar de um país cristão. Essa uniformidade ideológica acaba ultrapassando os limites das denominações miúdas e se espalha por toda a Nova Direita, chegando até mesmo aos fiéis da Igreja Católica (em cujo seio o sionismo foi muito fomentado por Olavo de Carvalho, que <a href="https://www.youtube.com/watch?v=PZsk0yy9jSI">chegou até a discutir </a>a entrega de um pedaço da Amazônia para resolver o conflito Israel X Palestina).</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A leitura da matéria da Piauí deste mês sobre as mensagens de Deltan Dallagnol, protestante da “Igreja Batista do Bacacheri” (IBB) (Bacacheri é um bairro de Curitiba, mas a denominação tem unidades em Pinhais/PR e em Uberaba/MG), deu-me um insight sobre essa questão. Na matéria, vemos o exitoso procurador Dallagnol comemorar o tamanho do público de sua palestra, maior do que o do aniversário do PT, e daí inferir que Lula estava acabado. Anos depois, porém, Dallagnol está cassado, suas mensagens privadas estampam a revista favorita da esquerda caviar e Lula é presidente outra vez. A mesma confusão entre ser pop e ter poder, que os bolsonaristas fazem hoje, Dallagnol já fazia à época da Lava Jato.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na matéria, vemos também Dallagnol explicando a sua estratégia de pregação política. Ele diz preferir palestrar para líderes religiosos a universitários, porque “100 alunos são 100 pessoas, enquanto 100 líderes significa alcançar mais de mil pessoas de modo geral”. Bom, se eu fosse uma procuradora e tivesse as opções de palestrar para 100 universitários de um curso de elite do Direito, ou 100 pastores metidos em política, eu pensaria no potencial de influenciar na formação da elite nacional, não em convencer um grande número de leigos cujo trabalho não tem nada a ver com o Direito. Para que mobilizar, ideologicamente, gente que não entende nada de política? Não tem como dar certo; não é de admirar que resulte em baderna.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A grande consequência política do avanço do protestantismo no Brasil é o avanço da desinstitucionalização na nossa sociedade, que agora se estende à religião. Do mesmo jeito que o neodireitista <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/bruna-frascolla/como-olavo-de-carvalho-contribuiu-para-a-nova-direita-ser-incapaz-de-se-organizar/?ref=link-interno-materia">não liga</a> para a formação de partidos, ele tampouco liga para a preservação de instituições religiosas. Se um pastor brigou com outro, abre uma nova denominação na própria garagem.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">As igrejas protestantes mais antigas prezam por sua institucionalidade e surgiram vinculadas a Estados nacionais. Mas crescimento do protestantismo no Brasil está acontecendo não por meio do crescimento de instituições eclesiásticas fortes, mas sim por meio da multiplicação de igrejinhas com denominações esdrúxulas. (Não à toa, o petismo tem uma dificuldade maior em falar aos evangélicos, porque eles não têm liderança -- vide <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-de-carvalho/por-que-o-governo-lula-esqueceu-os-evangelicos-progressistas/?ref=link-interno-materia">este texto </a>do Pr. Guilherme de Carvalho.) Assim, o que cresce entre nós junto com o protestantismo é o esfacelamento das instituições religiosas. Uma religiosidade difusa e pobre de intelecto cresce contra as instituições.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não basta ficar sem partido: a direita (e o Brasil) está ficando sem igreja também, trocando as instituições por pastores avulsos que mais parecem coaches e feiticeiros.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-46898258922162773092024-03-27T18:14:00.003-03:002024-03-27T18:14:46.717-03:00Se Israel fracassar contra o Hamas em Gaza, a derrota será do mundo livre.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjClT0FHyh6PlzUr4-9mtIQ4HpNqQBkSrOnbIcufKb4Ekh5FSqfo-EU2fQFKivzq8m5Tq8MlUQXwGEEBNIXybPWPH0Po1zs0rurj7ksCH-ywkmL1_NI-asdXCxraoUCK2cGLJEyI4Ds7St4eqJX39KW0FGX7qso4qWjoCdReU2XSCrS6Man8WoJA/s1024/170589514565ade4e92ecc9_1705895145_3x2_lg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjClT0FHyh6PlzUr4-9mtIQ4HpNqQBkSrOnbIcufKb4Ekh5FSqfo-EU2fQFKivzq8m5Tq8MlUQXwGEEBNIXybPWPH0Po1zs0rurj7ksCH-ywkmL1_NI-asdXCxraoUCK2cGLJEyI4Ds7St4eqJX39KW0FGX7qso4qWjoCdReU2XSCrS6Man8WoJA/w640-h426/170589514565ade4e92ecc9_1705895145_3x2_lg.jpg" width="640" /></a></div><br />Onde há jihad há destruição e derramamento de sangue. Artigo de Ben-Dror Yemini, jornalista israelense e autor do livro "A Indústria de Mentiras":</span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No canal de televisão do <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/hamas/">Hamas</a>, Al-Aqsa, repetidas vezes se <a href="https://palwatch.org/page/2324">pediu </a>"a aniquilação dos judeus e cristãos, até o último deles". O clérigo islâmico <a href="https://m.folha.uol.com.br/mundo/2011/02/878971-religioso-sunita-lanca-decreto-pedindo-assassinato-de-gaddafi.shtml">Yusuf al-Qaradawi</a>, líder espiritual do grupo terrorista, <a href="https://www.memri.org/tv/sheik-yousuf-al-qaradhawi-allah-imposed-hitler-upon-jews-punish-them-allah-willing-next-time-will">ordenou </a>aos muçulmanos que "completem o trabalho de Hitler" e, em visita à <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/faixa-de-gaza/">Faixa de Gaza</a>, em 2013, <a href="https://www.timesofisrael.com/in-gaza-islamic-cleric-rejects-israels-existence/">pregou </a>a eliminação do Estado de <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/israel/">Israel</a>.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Essa é a verdade. Porém, a mentira prevalece. O <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/guerra-israel-hamas/">conflito atual</a> não é entre Israel e Gaza; é uma luta do mundo livre e da maioria dos muçulmanos contra a jihad. Neste confronto, há aqueles que, por engano ou malícia, tornam-se propagandistas do Hamas e da jihad. <a href="https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2204200824.htm">Lênin chamou de "idiotas úteis" </a>do Ocidente as pessoas que apoiavam o tenebroso regime comunista. Hoje há <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/03/lula-e-um-idiota-util-do-hamas-diz-autor-de-livro-sobre-antissemitismo.shtml">idiotas úteis</a> que apoiam o eixo do mal, no qual se inclui o Hamas enquanto parte da jihad.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/03/recem-nascidos-comecam-a-morrer-de-fome-em-gaza.shtml">habitantes de Gaza estão sofrendo</a>. Mas por causa do Hamas, não de Israel. Israel saiu de Gaza em 2005. Nem sequer um centímetro permaneceu sob controle israelense. O mundo quis ajudar. Contudo, isso não aconteceu porque em 2007 o Hamas tomou o poder em Gaza, <a href="https://www.reuters.com/article/idUSL14749263/">massacrando</a> os membros do <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/10/como-surgiu-rivalidade-entre-hamas-e-fatah-e-como-ela-afeta-a-causa-palestina.shtml">grupo rival, o Fatah</a>. <a href="https://www.nbcnews.com/id/wbna19168118">Segundo a NBC News</a>, "alguns foram executados nas ruas, outros em tiroteios em hospitais ou jogados de telhados".</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Apesar desses atos criminosos do Hamas, a comunidade internacional lhe propôs o fim do bloqueio e prosperidade em troca da desmilitarização. Mas o grupo preferiu o <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/terrorismo/">terrorismo</a>. Por quê? Porque é parte da Irmandade Muçulmana, definida já em 1938 por seu fundador, Hassan al-Banna, como "indústria da morte" —não de bem-estar e prosperidade.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O Hamas deixa claro que não quer tomar só o Estado palestino, mas o mundo inteiro. Inclusive a América do Sul, o Brasil. Yunis al-Astal, um de seus líderes, <a href="https://www.memri.org/tv/hamas-mp-and-cleric-yunis-al-astal-friday-sermon-we-will-conquer-rome-and-there-continue-conquer">anunciou</a>: "Conquistaremos Roma e [...] as duas Américas".</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Israel não queria confronto nem fechamento. O Hamas escolheu o terrorismo e o bloqueio. Ainda assim, Israel permitiu que o Catar continuasse a financiá-lo em Gaza. Foi um grave erro estratégico. O Hamas investiu centenas de milhões de dólares na construção de uma infraestrutura terrorista que abarca contrabando de armas, fábricas de foguetes e uma <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/11/megaestrutura-de-tuneis-do-hamas-em-gaza-e-pedra-no-sapato-de-israel.shtml">vasta rede de túneis subterrâneos</a>.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/10/entenda-como-foi-o-ataque-terrorista-do-hamas-em-israel-no-7-de-outubro.shtml">dia 7 de outubro, Israel sofreu o maior ataque terrorista desde o 11 de Setembro</a>. Houve assassinato em massa de crianças, idosos e mulheres, e inúmeros estupros. Os terroristas sequestraram 240 israelenses, inclusive bebês.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O mundo deveria entender que o Hamas é parte do eixo do mal liderado pelo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/ira/">Irã </a>e pela jihad global; que Israel não queria a guerra; que, assim como foi necessário combater o Estado Islâmico, é preciso erradicar o Hamas. Muitos não acreditam, porém. Deixam-se levar pela mentira de que "o Hamas luta contra a ocupação", embora seus líderes anunciem que o objetivo é aniquilar judeus e cristãos e dominar o planeta.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Os habitantes de Gaza estão sofrendo. Mas o que faria o Brasil se um grupo terrorista matasse e estuprasse dezenas de milhares de brasileiros e lançasse foguetes contra suas principais cidades?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Israel não quer prejudicar a população civil. Fornece eletricidade e possibilita a entrega de <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/03/ajuda-enviada-pelo-brasil-a-palestinos-fica-retida-na-fronteira-da-faixa-de-gaza.shtml">ajuda humanitária</a>, com a entrada de milhares de <a href="https://govextra.gov.il/cogat/humanitarian-efforts/home/">caminhões </a>na Faixa de Gaza. É verdade que <a href="https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/03/gaza-o-que-vira-depois-de-um-cessar-fogo-provisorio.shtml">parte dos alimentos não chega aos necessitados</a>. No entanto isso ocorre porque o <a href="https://www.jns.org/hamas-steals-food-from-its-citizens-yet-israel-gets-blamed/">Hamas rouba comida de seus cidadãos, mas Israel leva a culpa</a>. O Hamas oprimia a população antes e continua a oprimi-la depois do 7 de outubro.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A guerra podia ter acabado há muito tempo se o Hamas houvesse libertado os reféns e aceitado a proposta de desmilitarização de Gaza. Mas não apenas a recusou. <a href="https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0510200602.htm">Razi Hamad</a>, um de seus representantes, <a href="https://www.memri.org/reports/hamas-official-ghazi-hamad-we-will-repeat-october-7-attack-time-and-again-until-israel">declarou</a>: "O 7 de outubro foi só a primeira vez. Haverá uma segunda, e terceira, e quarta vez."</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Onde há jihad há destruição e derramamento de sangue. <a href="https://www.bbc.com/news/magazine-30883058">Quase 95% das vítimas da jihad</a> são muçulmanas. Israel está na linha de frente de uma guerra que não é só israelense —é do mundo livre contra o terrorismo. Se fracassar, a derrota será do mundo livre. (<a href="https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2024/03/guerra-ao-terror.shtml">Folha de São Paulo).</a></span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-71324009810745145852024-03-27T11:48:00.004-03:002024-03-27T11:48:37.001-03:00Da dança erótica à dengue fora de controle: a gestão atrapalhada de Nísia Trindade no Ministério da Saúde.<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc8iPqfNkShCajD9nVFpw7JrntPnA5cmq2M5J3Zl1_3wZzartU8tagcbfOCnGEuZSzdBaz5wV-EqCsVzyyPbrBtsjYwTYCoVDLDsP6SPVAndexbPApsoIIILDO4SflwWXUT0BfWSxH66QV4vyVa1TEzuurGWu9uG1kAi2L8w-WFysjoigUigYUvg/s960/nisia-trindade-ministra-da-saude-960x540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc8iPqfNkShCajD9nVFpw7JrntPnA5cmq2M5J3Zl1_3wZzartU8tagcbfOCnGEuZSzdBaz5wV-EqCsVzyyPbrBtsjYwTYCoVDLDsP6SPVAndexbPApsoIIILDO4SflwWXUT0BfWSxH66QV4vyVa1TEzuurGWu9uG1kAi2L8w-WFysjoigUigYUvg/w640-h360/nisia-trindade-ministra-da-saude-960x540.jpg" width="640" /></a></div><br />Confira abaixo um resumo do que aconteceu sob os auspícios da ministra em um ano e três meses de ministério. Eli Vieira para a <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/da-danca-erotica-a-dengue-fora-de-controle-a-gestao-atrapalhada-de-nisia-trindade-no-ministerio-da-saude/">Gazeta do Povo:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O Brasil enfrenta um número de casos de dengue que bate recordes não vistos em mais de uma década e uma crise humanitária entre os indígenas yanomami, problemas que se somam a outros acumulados pelo Ministério da Saúde, sob o comando da socióloga Nísia Trindade desde janeiro de 2023. Um nome importante da saúde desde que comandou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) incluindo o período da pandemia, a ministra resiste no cargo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">De denúncias de má gestão de dinheiro público quando ainda à frente da fundação sanitária à crise epidêmica da dengue em 2024, passando pela decisão de colocar o Brasil como único país do mundo a obrigar crianças a tomar a vacina contra Covid, a gestão de Trindade tem sido turbulenta, culminando com uma crítica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião de ministros que a levou aos prantos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">É um desenvolvimento importante desde julho de 2023, quando Lula a chamou de “minha ministra” e declarou ao centrão que ela não era “trocável”, ao contrário da antiga ministra do Esporte, Ana Moser, substituída pelo deputado federal André Fufuca (PP-MA) em setembro. Destino similar tiveram Rita Serrano (Caixa Econômica) e Daniela Carneiro (Turismo). O Ministério da Saúde é alvo de pressões por trocas porque tem um dos maiores orçamentos do Executivo. Após as críticas, Trindade alegou que é alvo do machismo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Confira abaixo um resumo do que aconteceu sob os auspícios da ministra em um ano e três meses de ministério.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>A dança erótica</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Foi totalmente equivocada e fora de contexto”, viu-se obrigada a declarar Nísia Trindade em outubro de 2023, após a repercussão negativa de uma dança erótica (conhecida como “<a href="https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/mulher-danca-sexual-evento-ministerio-da-saude/?ref=link-interno-materia?ref=link-interno-materia">batcu”</a>) no 1º Encontro de Mobilização de Promoção da Saúde. Um vídeo mostrava uma mulher se apresentando com uma coreografia sugestiva, de conotação sexual. O grupo responsável pela apresentação foi remunerado em R$ 2 mil pelo Ministério da Saúde. Andrey Lemos, à frente do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, responsável direto por permitir a apresentação, terminou demitido. No evento, Lemos fez um apelo espiritual ao orixá da comunicação, após uma bênção de uma mãe de santo, tipo de manifestação religiosa que, quando vem de cristãos, a esquerda com frequência interpreta como violação da laicidade do Estado.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Suspeita de favorecimento para município em que seu filho é secretário</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A oposição ao governo Lula levantou suspeitas a respeito de um aporte de R$ 55 milhões do Ministério da Saúde, em dezembro passado, para a cidade de Cabo Frio, onde o filho de Trindade é secretário da Cultura. Semanas depois de a verba chegar, Márcio Lima Sampaio foi nomeado para o cargo pela prefeitura, com salário de mais de R$ 9 mil. A prefeita Magdala Furtado, contudo, é do PL, partido de Bolsonaro. Nísia defendeu o mérito do filho: “além de músico reconhecido, é graduado em ciências sociais e políticas culturais”, declarou ao Estadão. O caso está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Problemas da Fiocruz reemergem para assombrar a ministra</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No dia da posse de Nísia Trindade, 2 de janeiro de 2023, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) comemorou que ela era “a primeira mulher a assumir o comando do Ministério da Saúde” e “também a primeira mulher a presidir a Fiocruz”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Como <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/gestao-da-pandemia-na-fiocruz-de-nisia-trindade-foi-marcada-por-repeticao-de-erros-dos-americanos/?ref=link-interno-materia">informou a Gazeta do Povo na época</a>, a Fiocruz sob a gestão de Trindade pisou bem além do que as evidências científicas permitiam durante a pandemia de Covid-19, defendendo lockdowns, “passaportes” vacinais que ignoravam a imunidade natural, uso generalizado de máscaras (até quando já estava claro que não funcionavam, em novembro de 2022) e vacinas de mRNA em grupos demográficos nos quais seu benefício era incerto. O ministério respondeu à Gazeta do Povo que a nova gestão tinha “como diretriz a ciência”, ignorando as fontes científicas que contrariavam as decisões da gestão.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Há também uma denúncia de que, quando na Fiocruz, a ministra foi responsável por <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/republica/relatorio-tcu-pede-ministra-da-saude-nisia-trindade-devolva-r-11-milhoes-uniao-diz-jornal/?ref=link-interno-materia?ref=link-interno-materia">R$ 11 milhões em supostos danos ao erário</a> em um estudo sobre uso de drogas ilícitas. O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um parecer em dezembro de 2023, assinado pelo auditor Sérgio Sanchez, que indicava que Nísia não comprovou regularidade na aplicação de recursos repassados do Ministério da Justiça para a Fiocruz. Outro <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/republica/fiocruz-forneceu-teste-com-sobrepreco-de-quase-700-na-gestao-de-nisia-trindade-diz-tcu/?ref=link-interno-materia">relatório do TCU</a> diz que a Fiocruz vendeu para o Ministério da Saúde testes de Covid-19 superfaturados quase oito vezes na comparação com o mercado. O prejuízo teria chegado a R$ 400 milhões. Os casos ainda tramitam no tribunal.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>A crise humanitária dos yanomami persiste</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em maio de 2023, em entrevista à revista Veja, a ministra disse que a situação da etnia indígena yanomami “se agravou por causa de uma política de descaso” do governo anterior, “com o Estado abrindo mão do poder de regulação econômica e social sobre atividades de caráter predatório”. Ela determinou para o caso um “estado de emergência sanitária” e inaugurou um Centro de Referência em Saúde Indígena em Surucucu, Roraima, além de esforços para fornecimento de água potável.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Contudo, no primeiro ano do governo Lula mais indígenas yanomami morreram do que no último ano da gestão de Jair Bolsonaro. Foram 363 óbitos, um aumento de 5,8% na comparação com 2022. A explicação do Ministério da Saúde é que as mortes eram subnotificadas antes. Entre as causas das mortes estão malária e desnutrição. Aproveitando a situação, a oposição denunciou Lula ao Tribunal Penal Internacional pela continuidade e agravamento da tragédia.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Desastre de imagem na nota técnica pró-aborto</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Dois dias após a posse, a Gazeta do Povo alertou que Nísia Trindade é pró-aborto. Ela tocou no tema em seu primeiro discurso. Um incidente mais de um ano depois veio para confirmar a seriedade desse alerta e uma possível falta de separação entre essa crença pessoal, em conflito com a legislação brasileira sobre o direito à vida, e sua atuação à frente do Ministério da Saúde.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em fevereiro de 2024, uma nota técnica do ministério autorizou o aborto em caso de estupro em qualquer etapa da gestação, desfazendo uma política do governo anterior que estabelecia um limite de fase gestacional de 21 semanas e seis dias. A nota <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/a-ciencia-conhece-cada-vez-mais-a-realidade-da-dor-fetal/?ref=link-interno-materia?ref=link-interno-materia">alegava, contra evidências recentes discutidas na literatura científica</a>, que “até o nascimento (...) o feto muito provavelmente não é capaz de sentir dor”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O ministério alegou que Nísia Trindade não estava sabendo da nota. A ministra revogou a decisão em menos de 24 horas. Essa trapalhada incomodou especialmente ao presidente Lula, que a citou na reunião ministerial, por danos à imagem do governo. Seguiram-se demissões no ministério que podem ter assegurado a continuidade da ministra no cargo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Dengue desgovernada</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Este ano, apenas em três meses, os casos de dengue no Brasil ultrapassaram dois milhões. É a maior marca na série histórica desde 2012, batendo o recorte de 1,7 milhão de 2015. A epidemia assusta até líderes internacionais que planejam viagens ao Brasil, como é o caso do presidente francês Emmanuel Macron, segundo o Estadão. No início de março, cinco estados e o Distrito Federal já haviam declarado emergência — agora são 11.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A oposição <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/republica/epidemia-de-dengue-nota-pro-aborto-e-emendas-ministra-da-saude-fica-sob-pressao-diante-de-crises/?ref=busca?ref=link-interno-materia">cobra do ministério</a> mais vacinas contra a dengue e acusa atraso na compra das doses. Em fevereiro, a ministra disse que 521 municípios foram selecionados pelo ministério para receber a vacina por critérios como taxa de incidência da doença e o número de habitantes. As doses são da vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda. Nísia Trindade disse que não pode “vender a ilusão” de que a vacina mudará o alastramento da doença. “A vacina não deve ser vista como um instrumento mágico, porque precisa de duas doses, intervalo de três meses”, declarou, completando que “a oferta do laboratório é restrita”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Falta remédio para lepra</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A Organização Mundial da Saúde doa para o Brasil medicamentos como a clofazimina para hanseníase, antigamente conhecida como lepra. A Folha de S. Paulo revelou que essas drogas estão em falta. O Ministério da Saúde culpa a crise do tráfego marítimo na região do Oriente Médio, mas admite que o estoque de 2023 já não era suficiente. Há distúrbio no fornecimento desde o início da pandemia de Covid-19. A pasta acaba recorrendo a medicamentos de segunda linha, de eficácia menos estabelecida.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A situação chegou ao ponto de a Sociedade Brasileira de Hansenologia fazer denúncia ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Os infectados são menos de 20 mil pessoas anualmente, o que coloca o Brasil como segundo maior afetado, após a Índia. Há uma tendência de crescimento de cerca de 5% ao ano. O ministério disse em nota que promoverá audiências públicas para a possibilidade de produzir o medicamento adequado no país.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>Insistência na obrigatoriedade da vacina da Covid para crianças, isolando o Brasil do mundo</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No fim de outubro de 2023, anunciou-se que o Ministério da Saúde incluiria no Programa Nacional de Imunizações, que tem 50 anos de idade e ajudou o Brasil a se livrar da varíola e diminuir casos de outras doenças fatais para crianças como a poliomielite, a vacina contra Covid-19. Isso significa que, agora, o Brasil é o único país do mundo que obriga crianças a tomar o imunizante.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não há <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/ministerio-contraria-evidencias-ao-tornar-vacina-para-covid-obrigatoria-para-criancas/?ref=veja-tambem?ref=link-interno-materia">evidências suficientes</a> de que esta vacina seja necessária para crianças saudáveis — na verdade, um estudo em pré-publicação da Administração de Alimentos e Drogas (FDA) americana indica um possível sinal de segurança relacionado a convulsões na exata faixa etária contemplada. Em resposta, o <a href="https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/cfm-consulta-medicos-sobre-vacina-da-covid-em-criancas-por-que-isso-e-importante/?ref=veja-tambem?ref=link-interno-materia">Conselho Federal de Medicina chamou seus membros </a>para votar em uma consulta a respeito, e o Senado realizou uma audiência pública com especialistas internacionais. Ainda não há indicação de que Nísia Trindade pretenda recuar dessa decisão, apesar de sua posição menos entusiástica para com a vacina da dengue.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O Ministério da Saúde ainda não respondeu ao contato da reportagem, mas dispõe deste espaço para se manifestar posteriormente.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-69845456595130465942024-03-27T11:37:00.003-03:002024-03-27T11:37:36.036-03:00A teoria do trabalho está errada<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-Z8JA0kVqDfyZIaw7unBcW59HEChm5LfUcskkzUmS8TXHnFAvDY_-QMmjlLy5LkLSJb2WZAap9iiVVyHoBNVXTzPosagaaIi4F7dQqAoDb3YJyHe60IIPyYU0eoeBuztzuxzNlXdDA9RKzVtRWfhFKYh6m6lmFHTihlDks3UoC-sizh7d9NqKA/s1024/15493878115c59c82327c27_1549387811_3x2_lg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-Z8JA0kVqDfyZIaw7unBcW59HEChm5LfUcskkzUmS8TXHnFAvDY_-QMmjlLy5LkLSJb2WZAap9iiVVyHoBNVXTzPosagaaIi4F7dQqAoDb3YJyHe60IIPyYU0eoeBuztzuxzNlXdDA9RKzVtRWfhFKYh6m6lmFHTihlDks3UoC-sizh7d9NqKA/w640-h426/15493878115c59c82327c27_1549387811_3x2_lg.jpg" width="640" /></a></div><br />A economia e as opções econômicas são sempre sobre decisões atuais que causam resultados futuros. Deirdre McCloskey via <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/deirdre-nansen-mccloskey/2024/03/a-teoria-do-trabalho-esta-errada.shtml">FSP:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A maioria dos não economistas e todos os <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/conheca-a-economista-de-esquerda-que-propoe-uma-nova-historia-sobre-o-capitalismo.shtml">economistas marxistas</a>, abençoados sejam, acredita na "teoria do valor-trabalho". Você provavelmente acredita. Abençoado seja também.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1918777-nos-150-anos-do-capital-professor-defende-que-voltar-a-marx-e-essencial.shtml">teoria do trabalho </a>diz que o valor ou o preço de tudo, como seu apartamento, seu carro ou seu sorvete, consiste no trabalho humano que foi aplicado nele um dia. Nada mais. A terra ou o capital usados para fazer as coisas não são valores reais. Só os esforços praticados pelas pessoas importam.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Você mostra que acredita na teoria do trabalho quando diz coisas como "Os trabalhadores em greve que fabricam um novo jato de passageiros na Embraer em São José dos Campos merecem um aumento de salário. Afinal, eles fazem as coisas!", ou "Os enfermeiros no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo também merecem um aumento. Afinal, o que aconteceria se todos se demitissem amanhã?!"</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Tais declarações indignadas também demonstram um espírito generoso. Bom para você. Você quer que as pessoas pobres ganhem bem. (Assim como todos os economistas, aliás.) Atribuir toda a produção aos trabalhadores pobres parece simplesmente justo –e até evidente. É o que também parecia para o abençoado <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2023/05/genio-de-adam-smith-ainda-espanta-nos-300-anos-de-seu-nascimento.shtml">Adam Smith</a>, e para todos os economistas "clássicos" antes dos anos 1870, como o economista inglês David Ricardo, que inventou a teoria correta do comércio internacional, e <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/05/biografo-quer-apresentar-marx-sem-o-emaranhado-ideologico-do-marxismo.shtml">Karl Marx</a>, o economista alemão que inventou a teoria incorreta sobre como enriquecemos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na década de 1870, porém, os economistas de repente perceberam por que a teoria do trabalho está totalmente errada. A economia e as opções econômicas são sempre sobre decisões atuais que causam resultados futuros. Não têm a ver com a história. Você não pode "decidir" sobre o passado. Os custos fixos já foram gastos. Economia tem a ver com o que você deve fazer a seguir. Portanto, a teoria do valor correta é o "produto marginal", isto é, o produto futuro que obtemos de um pouquinho mais de trabalho, capital e terra. Os insumos já gastos não entram na conta.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A notícia ainda não chegou para economistas marxistas como <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/10/e-preciso-reinventar-o-capitalismo-diz-economista-mariana-mazzucato.shtml">Mariana Mazzucato</a>, que portanto dá maus conselhos. Marx morreu em 1883, depois da "Revolução Marginal". Mas ele não reconheceu isso, deixando seus devotos seguidores no escuro, até hoje. Na antiga União Soviética, por exemplo, o capital investido era ignorado, resultando em erros grosseiros sobre a produção, tais como uma fábrica de tratores com dois quilômetros de extensão que produzia péssimos tratores.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não siga Karl.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-44006688472769021662024-03-27T10:40:00.002-03:002024-03-27T10:40:23.169-03:00Trump deveria estar quebrado e embargado; em vez disso, ficou mais rico.<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: verdana;"><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6NvxtouUAFnfy8JdAC8fCYhOKN16lqdG4QgmNR5jOmzVRhZ-YA-OzC7L8Mifb9F8rwUFCvkTk2a_8VBGBDNlc_QdyVh3Z4DTy8vmttUAtDaIqc2mh3ib_m4HBc_t2N9xW91I0avAKedZtucKS3FWD5tFFJ86ZFGfxHiaJ8UdB065pisQOS4uD7w/s1280/GettyImages-1453537073.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6NvxtouUAFnfy8JdAC8fCYhOKN16lqdG4QgmNR5jOmzVRhZ-YA-OzC7L8Mifb9F8rwUFCvkTk2a_8VBGBDNlc_QdyVh3Z4DTy8vmttUAtDaIqc2mh3ib_m4HBc_t2N9xW91I0avAKedZtucKS3FWD5tFFJ86ZFGfxHiaJ8UdB065pisQOS4uD7w/w640-h360/GettyImages-1453537073.webp" width="640" /></a></div><br />Com prazo extra e redução de fiança para multa milionária, ex-presidente vIe fortuna disparar com a entrada de sua plataforma social na Nasdaq. <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/mundialista/trump-deveria-estar-quebrado-e-embargado-em-vez-disso-ficou-mais-rico/">Vilma Gryzinski:</a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="font-style: italic;"><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A vida é uma montanha russa para Donald Trump – e um vale de lágrimas para os que torcem por sua queda.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ele deveria ter começado a semana arruinado, com contas bloqueadas e imóveis confiscados para garantir o pagamento de uma multa jamais vista, de meio bilhão de dólares, por contabilidade fraudulenta.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nos Estados Unidos, para que processos assim possam ter recurso, uma seguradora deve garantir o pagamento da multa, exigindo caução equivalente do processado. As instituições do ramo “deram risada” quando foram consultadas sobre a caução do ex-presidente, segundo seu filho Eric Trump: nunca tinham visto multa semelhante.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Em vez de arruinado, Trump conseguiu na segunda-feira um prazo extra de dez dias e a redução da caução para 175 milhões de dólares. E tripudiou que “vai ser uma honra” pagar.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na terça, a coisa ficou pior ainda para seus adversários. Numa guinada inacreditável, a fortuna dele disparou para nada menos que 6,4 bilhões de dólares com a estréia de sua empresa de rede social na bolsa Nasdaq. A empresa controla a Truth Social, criada por Trump depois que foi barrado no Twitter (o nome oficial ainda era esse) e outras redes. Em um dia, ele ganhou 3 bilhões.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>OUTRO PATAMAR DE FORTUNA</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Passou assim de quase falido e bloqueado para a lista dos 500 mais ricos do mundo, pelos critérios do Índice de Bilionários da Bloomberg.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Embora submetido a um prazo de seis meses para vender ou oferecer sua participação acionária como garantia para empréstimos, o que não ajuda em suas dívidas com a justiça, Trump simplesmente entrou em outro patamar de fortuna.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">É de fazer qualquer inimigo político arrancar os cabelos. E não faltam inimigos a Trump. Um exemplo mais recente de como ele altera o comportamento dos adversários: o site Salon publicou uma reportagem na qual procura comprovar que Trump está sofrendo de demência frontotemporal, do tipo variante comportamental.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A reportagem é baseada em “diagnóstico”, feito à distância, evidentemente, pelo psicólogo John Gartner, transformado em abaixo assinado de profissionais de saúde mental.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O site consultou a psiquiatra forense Elizabeth Zoffman para endossar a hipótese e ela listou uma série de “comprovações”. Entre elas, incluem-se “mudanças nos padrões de fala, dificuldade em pronunciar palavras, desinibição e incapacidade de controlar arroubos verbais, mudanças no movimento e na maneira de andar e mudanças na capacidade de julgamento e no controle de impulsos que expõem o agravamento de traços de personalidade caracterizados como narcisistas e antissociais”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>CONTRAPESO A BIDEN</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A falta de ética deveria causar repúdio e escândalo, mas hoje atitudes assim parecem ter se normalizado. Diagnósticos à distância viraram uma prática comum quando o envolvido é Trump.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O objetivo também é claro: fazer o contrapeso à percepção predominante de que Joe Biden está em declínio cognitivo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não que faltem defeitos de caráter e de julgamento a Donald Trump, incluindo sua tendência a se deslumbrar com Vladimir Putin e os casos execráveis em que menosprezou mortos e feridos de guerra – em defesa dos Estados Unidos – como “perdedores”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A lista é longa, mas depara com vários obstáculos. Um, são os eleitores trumpistas que relevam qualquer coisa que ele faça e dizem que estão escolhendo um presidente, não um candidato a santo. Outro, são os eleitores que fazem comparações e chegam à conclusão que estavam melhor na época dele.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><b>IMIGRAÇÃO E COGNIÇÃO</b></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O bilionário Nelson Peltz resumiu ontem o que leva muitos americanos comuns, sem a fortuna de 1,7 bilhão de dólares dele, a preferir o ex-presidente.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Eu provavelmente vou ficar com Trump e não estou feliz com isso”, disse o megainvestidor – mais conhecido, em outros círculos, como pai de Nicola Peltz, casada com Brooklin Beckham, filho do jogador inglês e da ex-cantora.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Motivos: o descontrole na imigração, que hoje “não é um problema democrata ou republicano”, mas nacional, e “a condição mental realmente assustadora” de Joe Biden.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Não sei o que ele sabe e o que ele não sabe. Não sei quem está falando por ele e isso é perturbador”.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Teriam os Estados Unidos dois candidatos a presidente com problemas mentais? É uma possibilidade, considerando-se a idade e alguns comportamentos. Mas só um deles acabou de ganhar 3 bilhões de dólares.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Muitos eleitores não deixarão de notar isso.</span></i></div><ul class="article-tags tags added-to-list1" data-pf_style_display="flex" data-pf_style_visibility="visible" orig-style="null" style="background-color: white; box-shadow: none !important; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"></ul>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-63779608935227720462024-03-27T10:30:00.003-03:002024-03-27T10:30:27.702-03:00A traição de Bolsonaro e o 31 de Março<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIi_58GQ6xNyu-mQeDLDOwaLkaH5GzZLWu0hyDjApF3A0AiT__-W9FgbLpa_2gZ0_fulqhoAE9J70CMqLKTnArf20d0nkFF6rp_lyv6gKyz01s-tLO1KN-oT85tuiAgrhBGU8FQA_oj602REXYBmDucn7O00XEBZ4D8tvMG7Jd1Q3Xh9DJuucUPQ/s1200/WTXTHKVHVZB7XHB573WE3NC6A4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="1200" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIi_58GQ6xNyu-mQeDLDOwaLkaH5GzZLWu0hyDjApF3A0AiT__-W9FgbLpa_2gZ0_fulqhoAE9J70CMqLKTnArf20d0nkFF6rp_lyv6gKyz01s-tLO1KN-oT85tuiAgrhBGU8FQA_oj602REXYBmDucn7O00XEBZ4D8tvMG7Jd1Q3Xh9DJuucUPQ/w640-h358/WTXTHKVHVZB7XHB573WE3NC6A4.jpg" width="640" /></a></div><br />Cabe ao ministro Moraes decidir onde o ex-presidente vai comemorar a data que se aproxima. Marcelo Godoy para o <a href="https://www.estadao.com.br/politica/marcelo-godoy/a-traicao-de-bolsonaro-e-o-31-de-marco/">Estadão:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">O general <a href="https://www.estadao.com.br/cultura/gilberto-amendola/os-militares-se-prepararam-os-partidos-nao/">Antonio Carlos de Andrada Serpa</a> produziu em 1996 uma carta aos colegas militares que hoje está esquecida em Brasília. <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/jair-bolsonaro/">Jair Bolsonaro</a>, que não é homem de letras, deveria ao menos ler o documento do general. Assim como o ex-presidente, Serpa era oficial da Arma de Artilharia. Mas, diferentemente do ex-mandatário, ele esteve na guerra – comandou uma companhia de obuses de 105 mm, na Itália, participando da campanha vitoriosa, conforme contava seu amigo, o general Ruy Leal Campello.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Na carta, Serpa reclamava que a versão dos “vencidos em 1964″ se estabelecera como verdade; ninguém dava ouvido aos vencedores. Mas, ao mesmo tempo, defendia a pacificação e a concórdia nacional. E concluía seu documento lembrando <a href="https://www.estadao.com.br/politica/guerra-do-paraguai-mostra-que-politizacao-nao-e-boa-para-exercito-diz-historiador/">o exemplo de Caxias</a>.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Quando solicitado a comemorar a vitória sobre os farrapos, em 1845, (Caxias) respondeu: ‘Não, antes rezemos um Te Deum pelas almas dos imperiais e farroupilhas, pois eram brasileiros’.” Para Serpa, reconhecer “o idealismo equivocado dos terroristas e os excessos da repressão será um convite à verdadeira Anistia e Justiça”. O general dizia que, para “seus colegas de hoje, é o espírito de Caxias que deve prevalecer, pois essa é a tradição do Exército”. Foi para essa tradição que Bolsonaro virou as costas ao determinar que o Ministério da Defesa, em 2019, voltasse a comemorar o 31 de março, data que marca uma “vitória de seu Exército” contra nacionais, contra brasileiros.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não se comemora uma vitória contra brasileiros. Serpa apoiara a abertura de <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/ernesto-geisel/">Ernesto Geisel</a>, inclusive a decisão de afastar do comando do 2.º Exército, em 1976, o <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/ednardo-davila-melo/">general Ednardo D’Ávila Mello</a>, após as mortes de um militar, um jornalista e um operário nas dependências do DOI-Codi. Todos investigados por ligações com o PCB.</span></i></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><img height="400" src="https://www.estadao.com.br/resizer/v2/4BAX4JWLFZGTBNVN4RLLMRYFJI.png?quality=80&auth=67f4c73445cdecf039eac4fad19bb412056b2b2feaa6a8d37a3a9f28064e4ef4&width=1200" width="300" /></span></i></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana; font-size: x-small;">O general Antonio Carlos de Andrada Serpa </span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Serpa dizia que Geisel puniu os abusos ao demitir o comandante – segundo ele, “traído por maus auxiliares” – em razão do “princípio militar de que o chefe é responsável por tudo o que fizer ou deixar de fazer (C 101-5, Estado-Maior e Ordens)”. O mesmo vale para Bolsonaro.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Não adianta culpar <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/mauro-cesar-barbosa-cid/#:~:text=Alvo%20de%20uma%20s%C3%A9rie%20de,ap%C3%B3s%20acordo%20de%20dela%C3%A7%C3%A3o%20premiada.">Mauro Cid</a> pelas falsificações de cartões de vacinação ou pela venda de joias. Não adianta dizer que assessores lhe propuseram um golpe, travestido da falsa legalidade de um estado de sítio ou de defesa. Um chefe militar jamais delega sua missão. Nem se isenta de suas responsabilidades.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">É por se furtar a elas que Geisel concluiu sobre Bolsonaro: “É um mau militar”. Quem procura à sorrelfa a Embaixada da Hungria parece saber que tem contas a acertar com a Justiça. Cabe agora ao ministro <a href="https://www.estadao.com.br/tudo-sobre/alexandre-de-moraes/">Alexandre de Moraes</a> decidir onde e como Bolsonaro vai comemorar o próximo 31 de março.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-84793142256478791102024-03-27T10:16:00.003-03:002024-03-27T10:16:37.389-03:00Um país empatado<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4jwxUHn5jE4wahy9_rddZVyh_wDfGpboFF2HOmXjIj58TuSlga0iavfPGS-iVo70iEyFlz_r9UTNFcdu9AJs7JAdvupZ9xTF7TnXvhdKzh7BUQ7DvsDMJ43WYlEinfw-4Z0zvfJDPseMsPTNVMFWiZvXQdCxQAEZy_FyfkKibIGdYoeqqZFvYiw/s180/andrecc81-azevedo-alves-11_467x467_acf_cropped.webp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="180" data-original-width="180" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4jwxUHn5jE4wahy9_rddZVyh_wDfGpboFF2HOmXjIj58TuSlga0iavfPGS-iVo70iEyFlz_r9UTNFcdu9AJs7JAdvupZ9xTF7TnXvhdKzh7BUQ7DvsDMJ43WYlEinfw-4Z0zvfJDPseMsPTNVMFWiZvXQdCxQAEZy_FyfkKibIGdYoeqqZFvYiw/s1600/andrecc81-azevedo-alves-11_467x467_acf_cropped.webp" width="180" /></a></div><br />O sistema partidário português mudou, pelo que enfiar a cabeça na areia perante essas mudanças dificilmente será uma boa solução para o que quer que seja. André Azevedo Alves para o <a href="https://observador.pt/opiniao/um-pais-empatado/">Observador:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nas eleições legislativas de 10 de Março, PS e PSD conseguiram fazer eleger o mesmo número de deputados (78 mandatos para cada um dos dois partidos). Considerando adicionalmente que a vantagem da AD sobre o PS foi inferior a 55.000 votos e que o CDS teve nas legislativas de 2022 mais de 89.000 votos numas eleições com participação substancialmente menor (acréscimo de 5.563.497 votantes em 2022 para 6.473.789 votantes em 2024), não é de excluir que o PS possa ter captado mais votos do que o PSD. Esta aritmética fica mais complicada se considerarmos que o ADN aumentou a sua votação mais de 90.000 votos face ao que tinha conseguido em 2022 e que é provável que uma parte considerável desse acréscimo se tenha devido à confusão entre ADN e AD por parte de eleitores do PSD. Ainda assim, é significativo — e deveria merecer maior reflexão — que, perante um PS extraordinariamente desgastado e radicalizado, o PSD não tenha ido além de um empate.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">De facto, contra um PS desgastado e enfraquecido, PSD e CDS tiveram a 10 de Março um dos seus piores resultados de sempre. Em 2022, conjugando o resultado desastroso do CDS com o resultado conseguido pelo mal amado Rui Rio, PSD e CDS captaram 30,69% dos votos. Em 2024, apesar da vitória da AD, esse valor baixou para 28,84%. É certo, apontarão alguns justamente, que não devemos ignorar nesta análise do fraco desempenho da AD o aparecimento e crescimento da IL e – em especial – do CH. Mas também relativamente a esses fenómenos importa salientar que, pela primeira vez na democracia portuguesa, há um milhão e meio de eleitores à direita do PS que não querem PSD nem CDS. E tudo isto com a estratégia do “não é não”, que poucos reconhecem ter fracassado não obstante as evidências. É caso para questionar: se a estratégia do “não é não” (que culminou num dos piores resultados de sempre do PSD e CDS e em 23% dos eleitores a preferirem CH e IL) está a ser um sucesso, a quanto acreditam que teria a AD ficado reduzida sem ela?</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ao empate entre PS e PSD soma-se outra constatação de aritmética parlamentar com alguma relevância: se o CH se abstiver, o PS consegue fazer aprovar legislação com BE, PCP e L, mas o PSD não consegue fazer aprovar legislação com CDS e IL contra a esquerda nem mesmo com a abstenção do CH. Na realidade, o PSD só “venceu” porque Pedro Nuno Santos desistiu, como aliás ficou bem patente logo na noite eleitoral. E Pedro Nuno Santos só desistiu porque os votos dos portugueses no dia 10 de Março proporcionaram uma ampla maioria de direita com o CH. Rui Ramos resumiu exemplarmente a situação no seu artigo <a href="https://observador.pt/opiniao/a-grande-estupidez-do-regime/">“A grande estupidez do regime”</a>:</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">“Talvez a direcção do PSD soubesse que era demasiado fraca para sobreviver às eleições sem esse truque: ou votam em nós, ou, porque “não é não”, deixamos o PS no poder. Desse ponto de vista, o resultado é patético. Mesmo com a chantagem do “voto útil”, o PSD só governará porque há uma maioria de direita, isto é, graças ao Chega. Sem isso, nunca a esquerda o deixaria governar.”</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Nas eleições de 10 de Março, o país evidenciou claramente a sua insatisfação com a governação socialista e virou à direita mas essa viragem concretizou-se através do extraordinário crescimento do Chega. O sistema partidário português mudou, aliás no sentido do que já vem acontecendo em outros países europeus com uma maior fragmentação e uma reconfiguração da direita. Enfiar a cabeça na areia perante essas mudanças dificilmente será uma boa solução para o que quer que seja.</span></i></div><span id="article-end-marker" style="background-color: #111111; border-color: rgb(85, 85, 85); box-sizing: border-box; color: white; font-family: "Halyard Text", sans-serif; letter-spacing: -0.16px; visibility: hidden;"></span><div id="recirculation-optimize-test" style="background-color: #111111; border-color: rgb(85, 85, 85); box-sizing: border-box; color: white; font-family: "Halyard Text", sans-serif; letter-spacing: -0.16px;"></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-36263822671900104492024-03-26T19:31:00.003-03:002024-03-26T19:31:35.991-03:00Quando Goebbels se fez progressista<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5BCzk8i5JuvprTyLSNQkg787NNOToKkYC2SNpo3xGqIAmL0Od9_LNgbzhCfIHkSloZx3mlxKDDbsdoAHk5-Bsgiae7j-se2ScWdc2C717fz5_SeycYZ5dsT0OrWrAYOxkPE62GSEpTJF0DKgfXJXt3iZevHDRgo4NzNsh0FPYN9IeFLyhCjqyNA/s300/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="168" data-original-width="300" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5BCzk8i5JuvprTyLSNQkg787NNOToKkYC2SNpo3xGqIAmL0Od9_LNgbzhCfIHkSloZx3mlxKDDbsdoAHk5-Bsgiae7j-se2ScWdc2C717fz5_SeycYZ5dsT0OrWrAYOxkPE62GSEpTJF0DKgfXJXt3iZevHDRgo4NzNsh0FPYN9IeFLyhCjqyNA/w640-h358/download.jpg" width="640" /></a></div><br />No se crean que se limitan a tener una gran propensión y destreza para mentir, que la tienen, es que además se entrenan y ejercitan a fondo con el manual goebbelsiano.<i> </i>J. L. González Quirós para <a href="https://disidentia.com/cuando-goebbels-se-hizo-progresista/">Disidentia:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">De la misma manera que algunos de los teóricos, por llamarlos de algún modo, del progresismo populista y de las nuevas izquierdas han hecho suyo el magisterio de Carl Schmitt, que puede considerarse, sin duda alguna, el mejor exponente de la doctrina política del nazismo, los más avezados propagandistas del PSOE bajo el mandato de Sánchez, empezando por Sánchez mismo, se están haciendo unos expertos consumados en el seguimiento de las técnicas de Goebbels, el avispado ministro para la Ilustración Pública y Propaganda del Tercer Reich entre 1933 y 1945, nada menos.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No se crean que se limitan a tener una gran propensión y destreza para mentir, que la tienen, es que además se entrenan y ejercitan a fondo con el manual goebbelsiano. Verán cómo es así y no invento nada. Escogeremos algunas de las ideas del gran agitador del nazismo para ver cómo se aplican a la letra en las campañas de opinión que promueven y ejercitan los que se dedican a ensalzar las incontables hazañas del presidente:</span></i></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">1.Goebbels llamó la atención sobre lo importante que era el principio de exageración con el que se trata de presentar como algo gravísimo cualquier anécdota irrelevante que pueda servir para convertir al adversario en un enemigo peligroso. El caso que prefiero en esta categoría es el de la viejísima y muy manida foto de un joven Feijóo en la cubierta de una lancha que al parecer pertenecía a un narco.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">2.El genio de la mentira enseñó a convertir cualquier amenaza a las propias posiciones en un ataque inmisericorde contra el adversario al que se dibuja como afectado por ese mismo problema, pero de forma todavía más grave. Así, si se hace patente una sospechosa actividad conseguidora en la esposa del presidente, que aparece por las inmediaciones de algunas empresas poco antes de que estas compañías obtengan sustanciosas e inexplicadas subvenciones, la Agencia Tributaria es obligada a quebrantar sus obligaciones para revelar que el novio de Isabel Ayuso tiene un problema con Hacienda. La ministra desveladora nos toma por tontos y afirma, además, que lo ha oído en la radio, aunque un pequeño desfase horario haga ver que es ella, o alguno de sus muchos servidores, quien se lo ha contado a la radio, pequeños detalles que le traen al pairo a tan folclórica hacendista.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">3.Goebbels fue el inventor y primer usuario de las técnicas de orquestación que permiten reducir la propaganda a un pequeño núcleo de consignas que se repetirán una y mil veces y en distintos tonos por los encargados del caso. El PSOE controla un numeroso grupo de opinión sincronizada que se encarga a las mil maravillas de diversificar los tonos y los estilos para la difusión y comentario de cualquier mendacidad. Hay muchos ejemplos, pero el que prefiero es el tratamiento de cuanto rodeó a la pandemia, todo lo que se le ocurría a Sánchez servía para salvar vidas y no dejar a nadie atrás, estaba avalado por un consejo científico infalible, aunque según se ha terminado por saber, el supuesto consejo no ha existido nunca, ha sido un invento más. Cualquiera que objetase medidas tan absurdas e inútiles como el interminable encierro y el latazo de las mascarillas era inmediatamente motejado de criminal, porque con la salud no se juega.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">4.La técnica de considerar a cualquier discrepante como miembro de una falange disciplinada a la que se identifica como enemigo único, como adversario radical produce un efecto minimizador pues no son varios y distintos los que opinan de otra manera sino el único y verdadero enemigo del pueblo. Todos los que se han opuesto, por ejemplo, a la amnistía que Sánchez pretende otorgar a cambio de los siete votos que necesitaba para obtener una mayoría simple en la investidura son presentados como personas pura y simplemente enemigas de la reconciliación, contrarios a la democracia y a la soberanía popular, además de anti catalanistas furibundos. Da igual los motivos que hayan podido esgrimir para objetar semejante bodrio legislativo y político, porque según el PSOE de Pedro Sánchez las razones de unos y otros son meros argumentos para tratar de acabar con su legítimo e irrestricto poder.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">5.Goebbels enseñó también a guardar silencio sobre aquello que podía desfavorecer a la causa, a no hablar de lo que no conviene. En el caso de Sánchez es ejemplar su capacidad para ocultar que al aliarse con Junts se ha puesto en manos de uno de los partidos más a la derecha de toda Europa. Sánchez piensa que, y en esto sigue a Orwell más que al alemán, su progresismo es de tal intensidad y tiene un atractivo tan fuerte que sirve perfectamente para ocultar los vectores de insolidaridad, aristocratismo y racismo presentes en los proyectos y en las acciones de Puigdemont y sus secuaces.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">6.Las enseñanzas del ministro de propaganda de Hitler recomiendan utilizar lo que se podría llamar el principio de unanimidad que invita a que la comunicación sugiera que lo que se defiende es idéntico a lo que todo el mundo cree y da por verdadero. Son abundantes los casos en los que la comunicación del PSOE y del gobierno de Sánchez se refugian tras el trampantojo de una pretendida unanimidad como, por ejemplo, considerar a sus rivales enemigos de la mujer o suponer que la más leve crítica a sus planes energéticos y medioambientales, por necios que sean, se debe al negacionismo, mezcla de todos los males sin sombra de bien alguno.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">7.Para terminar con este breve análisis, que se podría prolongar con muchísimos más ejemplos, me referiré al principio que invita a enlazar con sentimientos primitivos, con actitudes que predisponen a aceptar odios y prejuicios tradicionales. El PSOE de Sánchez es enemigo de cualquier forma de pluralismo porque somete las opiniones discrepantes a un contraste perverso con sentimientos muy primitivos; así, por ejemplo, utiliza con enorme frecuencia el recurso a tachar de franquista cualquier actitud que se oponga a sus intereses políticos o electorales. Para Sánchez son franquistas los agricultores que protestan de la desatención al campo o los propietarios que se sienten desamparados frente a la amenaza de que les ocupen sus viviendas.</span></i></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Es interesante preguntarse hasta qué punto podrán seguir funcionando estas estrategias de manipulación de la opinión pública. De hecho, me parece que ya no convencen sino a los muy fanáticos y resulta evidente que el partido de Sánchez está muy lejos de poder recuperar los electores que en otros momentos ha podido tener el PSOE. Lo que seguramente ocurre es que eso no preocupa demasiado a quien ha sabido encontrar unos aliados de ocasión que nos resultan muy caros y difíciles de soportar a una buena mayoría de españoles pero que permiten a Sánchez seguir usando los colchones de la Moncloa, aunque sea al precio de mentir cada día más, cosa en la que no parece conocer límites.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-72982171516764433622024-03-26T19:22:00.001-03:002024-03-26T19:22:04.005-03:00Uma boa utopia?<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj1xTpekD7QyMY3PZDa6hVvnvaMyqcT4oWe6XH10OeEcbWUeHyCKJYkcpLsZM19_-mgBvyIUnZW3SvfpdzrFRPGo1mw_TPLlyVkN_trn3WlJcI4xCC-21FYTO_-NyFB0NNOCczelk3FP7IviTQ_-uO7K9srk6KHF1ok5TJ417-qNnNduypQA0aFA/s1083/utopia.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1083" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgj1xTpekD7QyMY3PZDa6hVvnvaMyqcT4oWe6XH10OeEcbWUeHyCKJYkcpLsZM19_-mgBvyIUnZW3SvfpdzrFRPGo1mw_TPLlyVkN_trn3WlJcI4xCC-21FYTO_-NyFB0NNOCczelk3FP7IviTQ_-uO7K9srk6KHF1ok5TJ417-qNnNduypQA0aFA/w640-h398/utopia.webp" width="640" /></a></div><br />Hay otras utopías que calman la zozobra del sinvivir diario, de la ansiedad climática, o de la dureza del mercado laboral. Hablo de una de esas a las que escapar con otras personas. Jorge Vilches para <a href="https://theobjective.com/elsubjetivo/opinion/2024-03-26/ponga-utopia-vida/">The Objective:</a></span></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Leí el otro día a algún colega que ya le gustaría tener una fe política, no religiosa, a la que agarrarse cuando van mal las cosas. Coincido. Ojalá fuera de los que ahora se llaman progresistas, un dogmático que todo lo arregla a lo Sánchez, con muros, apartando al adversario e imponiendo su verdad. Sí, uno de esos que tiene clara la mecánica celestial de la historia, y ve un camino de baldosas amarillas solo turbado por el asalto de las brujas reaccionarias. Y si además piensa y actúa como la izquierda woke, ya tiene el kit completo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La verdad es que deben sentirse muy poderosos señalando, cancelando y ninguneando a los otros, como la versión posmoderna de la <a href="https://theobjective.com/etiqueta/china/">Guardia Roja de Mao</a>. Ojo, porque a eso lo llaman defender la «justicia social». Sin embargo, para los que somos víctimas no victimizadas, o minorías sin plañideras de mano tendida presupuestaria, la vida es mucho más chunga. Sí, ya sé que es culpa nuestra. Dejamos a los totalitarios, normalmente de vida profesional aterciopelada, que vayan ganando posiciones y que se crean superiores.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Una escapatoria histórica a estos desmanes han sido las utopías. Sé que la más pequeña de ellas, la utopía personal, esa en la que uno se refugia como en una isla sin Viernes, está catalogada como patología mental sin tratamiento en la salud pública. Pero no se desanimen. Hay otras utopías que calman la zozobra del sinvivir diario, de la ansiedad climática, o de la dureza del mercado laboral. Hablo de una de esas a las que escapar con otras personas. Es un campo delicado, como el juego buscaminas, porque uno puede dar el paso alegre de la paz y explotar como una bolognesa en el microondas. Si no han visto la serie documental Raël: El profeta de los extraterrestres, con su utopía de comunas colectivistas, háganlo.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Dejando fuera esas utopías, hay dos más. Unas son aquellas que acaban siendo un cuento orwelliano, con un Estado que lo ocupa todo, incluso el pensamiento. Tenemos quien defiende esto diciendo que esta vez no ocurrirá porque están ellos al mando. Vergüenza ajena aparte, queda otro tipo de utopía. Me refiero a las comunales voluntarias; a esas que forman un grupo de personas ejerciendo su libertad, sin imposiciones ni cometer delitos, con la intención de alejarse del mundanal ruido.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Kristen Ghodsee lo cuenta en Utopías cotidianas. Lo que dos mil años de experimentos pueden enseñarnos sobre vivir bien magníficamente editado por Capitán Swing. La autora nos presenta un libro fantástico, a veces fantasioso, sobre la historia de la utopía. Luego se desliza por el dramático abismo de marcar el futuro. A ver, si la utópica Ghodsee -atención a la hache intercalada para evitar la confusión teológica-, no es capaz de indicar el camino al paraíso, mal vamos. La profesora de la Universidad de Pensilvania no transita por el marxismo tardío de Susan Neiman, que dice en Izquierda no es woke (Debate, 2024) que el futuro es el socialismo participativo a través de la ley y la fiscalidad. Esta cantinela de más Estado y de un Gran Hermano moralmente superior suena más a distopía liberticida que a utopía liberadora.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Ghodsee va por otro lado. Recoge las preocupaciones de la sociedad civil, no de cuatro académicos iluminados, y las traduce en vías para las comunas utópicas. Habla de la crisis climática, la soledad no deseada, la salud mental, la necesidad de cuidados de los vulnerables, y la economía. Piensa en la eliminación de roles de género, la ampliación del concepto de familia al grupo, y la solidaridad como eje central.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La clave es ser libre para pensar y romper convencionalismos, dice Ghodsee, sin que afecten u obliguen a los demás. Es una especie de libertad entendida como no dominación pero sin la cursilería ni el buenismo de Philip Pettit en Republicanismo: una teoría de la libertad (1999). El lema es «Atrévete a pensar más allá de lo que nunca ha pensado nadie», y libérate a través «del pensamiento creativo». Pero no se alarmen. No es un libro de coaching, ni Ghodsee es el pseudónimo de Paulo Coelho a pesar de que tenga frases del tipo «si quieres, puedes».</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">A partir de aquí, si Vd. es sensible quédese sentado, porque vienen curvas colectivistas. Ghodsee defiende que los hijos no deben ser de los padres, sino de la tribu, que la propiedad privada es un estorbo, que compartir ensancha el corazón, y la educación de las nuevas generaciones no debe basarse en enseñar la realidad, sino en cómo debe ser.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Sí, ya sé que suena a dislate, pero es que Ghodsee se ha especializado en el estudio de la «nostalgia» del mundo soviético. No olvidemos que los pilares de ese universo eran la negación de la familia, el adoctrinamiento de los hijos por lo público porque pertenecían al Estado, que la propiedad solo era para los dirigentes del partido, y que también educaban a los jóvenes en que su sacrificio era por un futuro que no acababa de llegar.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La utopía de Ghodsee consiste en liberarse de las preocupaciones cotidianas, como el monje que vendió el Ferrari. No más hipotecas, ni facturas que pagar, ni niños que criar, ni pareja a la que ser fiel, ni jefa que aguantar. El secreto es desmontar la idea de que la familia es la unidad básica para comprender que no tendrás nada y serás feliz, sin necesidad de la droga «soma», como apuntaba Huxley. Pero esto hay que trabajarlo, dice la autora. Es preciso ser optimista, y librarse de la «coacción política» que suponen las historias de distopías, apunta Ghosee, quien termina apelando a la «esperanza radical». No caben medias tintas en el mundo utópico.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-17163319.post-59452342559951918692024-03-26T18:59:00.004-03:002024-03-26T18:59:45.018-03:00Vivian Leigh em seu crepúsculo<div style="text-align: center;"><span style="font-family: verdana;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrq3fSstlrOcIsKp5z9RkA0ACmCbvwfly8pjWpnHzajxCSjrezME0Gju0PVWJkbf3v0s5hCCsjBN58hbTJWhePBDhZVYxr4Wt7OF44gUro1LUA_yWUAaJWrVz4vJ3SDyiDEihvpUNP64C9O1xtY59iDlhq4tZ_w_z9efpn7zYrHunKo5Rb_qvoug/s1706/842675936_241005595_1706x960.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1706" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrq3fSstlrOcIsKp5z9RkA0ACmCbvwfly8pjWpnHzajxCSjrezME0Gju0PVWJkbf3v0s5hCCsjBN58hbTJWhePBDhZVYxr4Wt7OF44gUro1LUA_yWUAaJWrVz4vJ3SDyiDEihvpUNP64C9O1xtY59iDlhq4tZ_w_z9efpn7zYrHunKo5Rb_qvoug/w640-h360/842675936_241005595_1706x960.webp" width="640" /></a></div><br />La tuberculosis, la depresión y el consumo desmedido de tabaco y alcohol la envejecieron prematuramente, pero no lograron destruir su belleza ni menoscabar su elegancia. Rafael Narbona para <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/blogs/entreclasicos/20240326/vivien-leigh-crepusculo/842785716_12.html">El Cultural:</a></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Aveces una fotografía es suficiente para mostrar lo esencial de una vida. A veces una imagen nos dice mucho más que una constelación de palabras. No sé dónde ni cuándo se sacó la fotografía que encabeza esta nota. Presumo que fue en la elegante casa de Eaton Square, Londres, donde <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/blogs/entreclasicos/20240123/vivien-leigh-corazon-quince-anos/827037295_12.html">Vivien Leigh</a> pasó sus últimos años, acompañada por su gato siamés "Poo Jones", bebiendo vermut blanco y releyendo obras de Shakespeare. Calculo que la actriz había sobrepasado los cincuenta y que la tuberculosis ya preparaba un nuevo asalto contra sus pulmones.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Vivien, que había contraído la enfermedad a los treinta y cinco, continuaba fumando ochenta cigarrillos al día, un hábito adquirido durante el rodaje de <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/letras/20230106/viento-llevo-historia-alla-cine/731427066_0.html">Lo que el viento se llevó</a>, cuando un David O. Selznick intoxicado por la bencedrina le exigía jornadas laborales de doce horas y Victor Young le soltaba intolerables groserías por atreverse a realizar sugerencias sobre la forma de interpretar a la impetuosa <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/cine/20230303/guion-perdido-viento-llevo-muestra-vision-esclavismo/745675673_0.html">Scarlett O'Hara</a>.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Tras separarse de Laurence Olivier, Vivien comentó que no deseaba vivir mucho, pues aunque no era desgraciada con Jack Merivale, su última pareja, la pasión ya solo era un pálido recuerdo y no una vivencia cotidiana.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">El romance con "Larry", el nombre que utilizaban amigos y familiares para referirse a Olivier, había incluido grandes tempestades, intensos momentos de ira, frenesí y locura, pero también le había enseñado que el paraíso no era una ensoñación, una mera fantasía, sino un dulce tormento semejante al amor no correspondido de Scarlett por Ashley Wilkes. Añoraba ese dulce tormento y no soportaba pensar que era algo irremediablemente perdido.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">La tuberculosis, la depresión, el consumo desmedido de tabaco y alcohol, envejecieron prematuramente a Vivien, pero no lograron destruir su belleza ni menoscabar su elegancia. En esta fotografía solo necesita ladear ligeramente la cabeza para desprender sensualidad y misterio. Con un traje negro y los brazos cruzados, las joyas que exhibe (un anillo, una pulsera y unos pendientes) no transmiten ostentación, sino refinamiento.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Es una delicada y sobria dama en el otoño de su vida. Sentada en un sofá con las rodillas muy juntas, unas flores blancas se asoman por la izquierda y un cuadro con el paisaje de un río ondulándose entre árboles cuelga sobre su cabeza, rebajando el dramatismo de un rostro que tal vez intuye la cercanía de la muerte. A pesar de su aspecto crepuscular, Vivien Leigh aún despide fuerza, ambición y fervor, pero sus ojos evitan la confrontación directa con la cámara, tal vez para no revelar su fragilidad y melancolía.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No siento ninguna fascinación por las vidas que se consumen tempranamente por culpa de hábitos autodestructivos. Vivien Leigh murió con 53 años. Yo hubiera preferido que viviera hasta los 102, como <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/cine/20200727/olivia-havilland-ultima-estrella-hollywood-dorado/508450671_0.html">Olivia de Havilland</a>, su compañera y rival en Lo que el viento se llevó. Atrapada por una espiral de euforia y tristeza, ilusiones y desengaños, apenas conoció la felicidad. Inestable, trágica e inteligente, exteriorizó su propio tormento interior en <a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/escenarios/teatro/20220801/marlon-brando-tranvia-llamado-deseo-nacimiento-erotico/691180996_0.html">Un tranvía llamado deseo</a> (<a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/cine/20020619/elia-kazan-cineasta-hierro/15999170_0.html">Elia Kazan</a>, 1951), donde da vida a una especie de Scarlett O’Hara despojada de Tara y con una belleza ajada.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Su Blanche Dubois no está muy lejos de la Norma Desmond de El crepúsculo de los dioses (<a href="https://www.elespanol.com/el-cultural/blogs/entreclasicos/20200310/billy-wilder-pais-soviets/473822618_12.html">Billy Wilder</a>, 1950). Gloria Swanson interpreta a una vieja actriz del cine mudo que anhela recuperar la fama destruida por el éxito del cine sonoro. No es el caso de Vivien Leigh, que jamás deseó ser una estrella.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Sin embargo, Blanche y Norma comparten el miedo a la vejez. Saben que se están marchitando y su imaginación no deja de viajar al pasado, buscando esos momentos de felicidad y esplendor que les proporcionó su belleza. Ambas abusan del alcohol y se arreglan con mucho esmero, intentando ocultar los estragos de la edad. No se aprecia nada de eso en la fotografía situada al inicio de estos párrafos. Vivien Leigh posa con enorme dignidad y nos hace pensar en los grandes papeles que podría haber interpretado si la muerte no hubiera segado su vida tan pronto.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">Vivien Leigh nos dejó en 1967. Desde entonces ha transcurrido más de medio siglo, pero todo el que desee conocer la pasión, el coraje, la desesperación romántica, la obstinación, la nostalgia, la fantasía más florida y el orgullo más insensato, aún está obligado a seguir los pasos de Scarlett O’Hara por la arcilla roja de Tara o bajo los magnolios de Los Doce Robles.</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: verdana;">No es cierto que el viento se lo lleve todo. Lo bello y lo bueno siempre perduran. Vivien Leigh no es un puñado de polvo, sino una rosa de belleza imperecedera. En 1963, un jardinero creó un rosa con su nombre. Fragrante, de un rojo carmesí y un sombreado negro en el borde de sus pétalos, vence a la muerte cada primera. Esa rosa es realmente Vivien Leigh y, gracias a ella, el mundo es un lugar más alegre y luminoso.</span></i></div>Orlando Tambosihttp://www.blogger.com/profile/14946018475927273129noreply@blogger.com0